sexta-feira, outubro 31, 2008

Os "Bios" da Biomassa



Biomassa vira biogasolina, biodiesel, bioquerosene e outros bios: A biogasolina separa-se espontaneamente da água, o que requer pouca energia para processamento em comparação com os processos de destilação usados na produção do etanol.

Seguindo rotas independentes de investigação, dois grupos de pesquisas anunciaram ter conseguido converter açúcares - potencialmente derivado da biomassa de plantas não-comestíveis - em gasolina, diesel, combustível de aviação e vários outros compostos químicos.

Segundo as duas descobertas, açúcares e carboidratos podem ser processados para gerar um grande conjunto de produtos para abastecer a indústria de combustíveis, a indústria farmacêutica e a indústria química. Hoje, esses produtos são gerados a partir do processamento do petróleo.

ALTA DENSIDADE DE ENERGIA DA GASOLINA

"Mesmo quando as energias solar e eólica, além da nuclear e do carvão limpo, tornarem-se altamente desenvolvidas, e os carros forem elétricos ou híbridos, nós continuaremos precisando da alta densidade de energia da gasolina, do diesel e do querosene de aviação para aviões, trens, caminhões e barcos. Os processos que essas equipes desenvolveram são exemplos maravilhosos de rotas que irão permitir a produção sustentável desses combustíveis," comemorou John Regalbuto, da Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos - US National Science Foundation (NSF), que apoiou as duas pesquisas.

O novo processo foi patenteado por Randy Cortright e seus colegas no dia 9 de Setembro. Já a equipe de James Dumesic descreveu a mesma rota no dia 18 Setembro, uma pesquisa que ainda será publicada na revista Science.

REFORMA DE FASE AQUOSA

A chave da descoberta é um processo que tanto Dumesic quanto Cortright chamam de reforma de fase aquosa. Passando uma pasta aquosa de açúcares e carboidratos vegetais por uma série de materiais catalisadores - que aceleram as reações sem se desgastar no processo - as moléculas ricas em carbono da biomassa separam-se em componentes que se recombinam para formar os mesmos compostos químicos que são obtidos do processamento do petróleo.

Entre o açúcar ou o amido que entram no processo e os compostos de hidrocarbonos gerados ao seu final, os compostos químicos passam por um estágio intermediário na forma de um líquido orgânico formado por compostos funcionais.

"Os compostos intermediários retêm 95% da energia da biomassa, mas apenas 40% da sua massa, e podem ser transformados em diferentes tipos de combustíveis para o setor de transportes, como gasolina, querosene de aviação ou diesel," explica James Dumesic. "Mais importante, a formação desse óleo intermediário funcional não exige uma fonte externa de hidrogênio," acrescenta ele, afirmando que o próprio processo gera o hidrogênio necessário.

Apesar da importância dos resultados anunciados, o processo ainda não está aprimorado o suficiente para a criação de uma refinaria de combustíveis renováveis. Os pesquisadores agora vão adequar o processo aos níveis industriais de produção.

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quinta-feira, outubro 30, 2008

Brasil é o segundo maior credor ambiental

30/10/08 - O Brasil é credor - pelo menos, na área ambiental. Segundo um relatório lançado ontem pela ONG WWF, o País é uma das nações (está em segundo lugar, logo atrás dos Estados Unidos) que melhor reúnem condições para produzir bens a serem consumidos internamente e, principalmente, externamente.

É o caso das exportações. Quando a União Européia compra carne da Amazônia, indiretamente ela também importa a água e todos os demais recursos naturais que viabilizaram o crescimento do gado na região - inclusive a floresta que foi cortada e substituída por pasto.

Acontece que o valor desse serviço ambiental não é computado no preço final do produto. "Esses custos deveriam ser embutidos", afirma Irineu Tamaio, coordenador do programa de Educação para Sociedades Sustentáveis do WWF-Brasil. Para ele, o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) deveria levar em consideração os recursos naturais necessário para a geração da riqueza.

Tamaio alerta que a atual confortável posição de credor ambiental não é garantida para sempre. Sem um sistema produtivo sustentável, que permita a renovação dos recursos naturais, o País pode se tornar um devedor na área. ?Não podemos é entrar em um déficit ecológico. Se não revermos os modelos econômicos, podemos entrar em colapso?, diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Estudo defende largar combustível fóssil

30/10/08 - O mundo poderia eliminar o uso do combustível fóssil até 2090, desembolsando trilhões de dólares numa revolução de energia renovável, disseram o Conselho Europeu de Energia Renovável (CEER) e o grupo ambiental Greenpeace. O estudo de 210 páginas é um dos poucos relatórios, mesmo de grupos de lobby, a examinar detalhadamente como o uso da energia deverá ser reformulado para atender aos cenários mais difíceis relacionados ao efeito estufa.

"A energia renovável poderá prover todas as necessidades de energia até 2090", de acordo com o estudo, intitulado "(R)evolução Energética". O CEER representa os setores de energia renovável e associações de comércio e de pesquisa na Europa. Um cenário mais radical poderia eliminar o uso do carvão até 2050, se novas usinas de geração de energia mudassem rapidamente para formas de energia renováveis. Energia solar, biomassa, como os biocombustíveis ou madeira, energia geotérmica e eólica poderiam se tornar as principais formas de energia até 2090.

Os investimentos necessários em energia até 2030, principal período estudado, somariam US$ 14,7 trilhões, de acordo com o estudo. Em contraste, a Agencia Internacional de Energia prevê investimentos em energia de apenas US$ 11,3 trilhões até 2030, com uma pressão maior sobre combustíveis fósseis e energia nuclear. Rajendra Pachauri, chefe do Painel do Clima da ONU, que dividiu o Prêmio Nobel da Paz com o ex-vice-presidente dos EUA Al Gore, chamou o estudo de "abrangente e rigoroso".

"Mesmo aqueles que podem não concordar com a análise apresentada poderiam, talvez, se beneficiar de um estudo profundo das premissas básicas", disse.

Fonte:

Da Agência

terça-feira, outubro 28, 2008

Boeing Co. prevê uso de biocombustível em avião comercial em 3 anos

Londres, 27 - Biocombustíveis podem ser utilizados por aviões comerciais dentro de três anos, afirmou a empresa norte-americana Boeing Co., segundo reportagem do jornal britânico The Guardian. "Acreditamos que dentro de três ou cinco anos teremos aprovação para o uso comercial de biocombustíveis, ou possivelmente antes disso", afirmou Darrin Morgan, especialista ambiental da empresa. Ele acrescentou que os aviões não precisarão de modificação para utilizar uma mistura de biocombustível e querosene.

No entanto, colher matéria-prima suficiente para atender as necessidades da indústria é a maior barreira ao uso de biocombustíveis em grande escala, segundo a Boeing. Abastecer os 13 mil aviões comerciais do mundo com biocombustível produzido a partir de soja, por exemplo, exigiria que o equivalente a toda a parte continental da Europa fosse destinado à produção da oleaginosa. As informações são da Dow Jones. (Deise Vieira)

Fonte:

Investimentos em energia renovável pode gerar indústria com faturamento de US$ 360 bilhões por ano

Um estudo da organização ecológica Greenpeace apresentado nesta segunda-feira (27), em Berlim, apontou que um investimento em massa em energias renováveis daria origem a uma indústria capaz fornecer metade da eletricidade mundial, o que permitiria economizar futuramente 18 trilhões de dólares em gastos de petróleo, além de proteger o clima. O relatório, que esboça um plano de ação para reduzir as emissões de CO2, indica ainda que esta indústria pode alcançar um faturamento anual de US$ 360 bilhões, segundo informações da Agência France Presse.

"O mercado mundial de energias renováveis pode aumentar de tal forma que antes de 2050 já teria o tamanho da indústria fóssil de hoje", afirmou Oliver Schaefer, um diretor do Conselho Europeu das Energias Renováveis (EREC), co-autor do projeto junto com o Greenpeace Internacional.

De acordo com Schaefer, o mercado de energias renováveis tem, atualmente, um valor de US$ 70 bilhões e está duplicando de tamanho a cada três anos. Ele garantiu que não há barreiras técnicas para desenvolver este tipo de energia, mas sim barreiras de natureza política.

O especialista em energia do Greenpeace e co-autor do relatório, Sven Teske, explicou que um investimento mundial de US$ 9 trilhões em energias renováveis daria origem a um sistema altamente lucrativo e faria despencar as emissões de gases causadores do efeito estufa.

"Essa crise financeira vai passar, mas a crise climática não vai", destacou, na entrevista coletiva na qual apresentou o estudo "(R)Evolução Energética: uma Perspectiva da Energia num Mundo Sustentável".

FA

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sexta-feira, outubro 24, 2008

Amyris quer distribuir diesel de cana no Brasil

A norte-americana Amyris, empresa que detém a tecnologia de transformar o caldo da cana-de-açúcar em diesel, reforçará sua atuação no Brasil, com um aporte de capital da Votorantim Novos Negócios, e pretende participar do segmento de distribuição do futuro combustível no país.

A empresa prevê a produção inicial de diesel, em 2011, de 400 milhões de litros, volume que será expandido, em 2012, para 1 bilhão de litros. A tecnologia desenvolvida pela Amyris permite a produção de diesel a partir da fermentação da sacarose presente na cana, utilizando praticamente a mesma infra-estrutura usada na produção do etanol.

A produção do diesel de cana poderá ser feita no mesmo tanque da usina onde hoje é realizada a fermentação da chamada "garapa" para a produção de etanol. A diferença é que, em vez de se colocar a levedura Saccharomyces, um outro fermento semelhante, mas modificado geneticamente, será utilizado, resultando num combustível com as mesmas características daquele com origem fóssil.

Uma vantagem da produção do diesel de cana em relação à do etanol, entretanto, é que o primeiro combustível não precisa ser destilado, diferente do álcool, o que permitirá economia de energia no processo. De acordo com informações da Reuters, as empresas envolvidas também já realizam testes, no Brasil e no exterior, para a utilização do diesel nos veículos, e deverão pedir a aprovação do combustível na Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em 2009.

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quarta-feira, outubro 22, 2008

BBE receberá $128 milhões do BNDES para biodiesel

SAFRAS (11) - O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou um financiamento de R$ 128 milhões para a BBE Brasil Bioenergia S.A.

Segundo comunicado, os recursos serão utilizados na implantação de uma unidade integrada para extração de óleo vegetal e produção de biodiesel em Nova Andradina, no Mato Grosso do Sul. O projeto está avaliado em R$ 160 milhões e o investimento do BNDES corresponde a 80% do total.

O banco informou ainda que os recursos para este empréstimo vêm de uma linha de financiamento para projetos de infra-estrutura na área de energia renovável. O empreendimento deve criar cerca de 140 novos empregos diretos e 3 mil postos de trabalho indiretos. A aérea privilegiada para estes postos de trabalho é a agricultura familiar, pois pelo menos 10% da matéria-prima será adquirida desse setor para atender aos critérios para enquadramento no Selo Combustível Social, concedido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

O óleo vegetal utilizado na produção do biodiesel será extraído da soja e a empresa estuda a possibilidade de substituir esse grão gradativamente pelo pinhão manso, que apresenta maior concentração de óleo e menor custo de esmagamento.

Fonte:
As informações partem da Agência Leia

A ADM vai duplicar a capacidade de produção da usina em Rondonópolis

A Archer Daniels Midland Company, a ADM, vai duplicar a capacidade de produção da usina de biocombustível instalada em Rondonópolis/MT. Com isso, a produção vai saltar dos atuais 500 mil litros (l) por dia para 1 milhão de l/dia. A previsão é que a ampliação comece a ser executada no próximo ano, possivelmente ainda no primeiro semestre. O projeto de aumentar a produção surge menos de um ano depois que a indústria iniciou oficialmente a fabricação do combustível vegetal na cidade. As informações são do secretário de Desenvolvimento Econômico do Município, Elio Rasia.

Atualmente, a ADM esmaga em Rondonópolis (210 quilômetro ao sul de Cuiabá) 6,5 mil toneladas (t) de soja por dia, volume que pode chegar a 8,5 mil t/dia no próximo ano com a ampliação do parque fabril. Segundo Rasia, com a soja beneficiada hoje na unidade são produzidas 1,250 mil t de óleo, que geram diariamente como produto final 500 mil litros de biodiesel. Outras 750 t de óleo sobram para serem refinadas e vendidas como óleo comestível ou sob a forma de óleo bruto, sem refinar.

Rasia explica que caso a multinacional quisesse direcionar todo o óleo para a produção de biocombustível, teria capacidade de fazer isso sem precisar ampliar o volume de esmagamento de soja. Isso não acontece porque a empresa ainda mantém a produção de óleo de soja refinado e bruto na fábrica.

De acordo com o secretário, a ADM ainda não concluiu o projeto de ampliação, por isso ainda não se sabe quanto será investido para viabilizar a duplicação da produção nem quantos novos empregos serão gerados. Atualmente, só na usina que biocombustível, que funciona anexo à fábrica de esmagamento de soja, são empregados diretamente cerca de 100 funcionários. Em todas as unidades de produção, a multinacional gera cerca de 500 empregos diretos e outros 400 indiretos na cidade.

A usina entrou em atividade, em fase de teste, no fim do ano passado. Segundo Rasia, a produção em escala começou somente em fevereiro deste ano. A multinacional investiu US$ 35 milhões para colocar a usina em funcionamento e se antecipar ao aumento na demanda de biocombustível no país, que será gerada em função da obrigatoriedade de adição de biodiesel ao óleo diesel. Hoje, a mistura é de 2%. A partir de 2010, o óleo diesel deverá ser acrescido de 5% de combustível vegetal.

A ADM foi procurada, por meio da assessoria de imprensa, mas até o fechamento desta edição nenhuma informação sobre o projeto foi passada.

Fonte:

Fotografia: Evilázio Alves/Dr

Brasil Ecodiesel eleva prejuízo no 2º trimestre

SÃO PAULO, 15 de agosto de 2008 - A Brasil Ecodiesel Indústria e Comércio de Biocombustíveis e Óleos Vegetais, maior empresa de biodiesel do Brasil, reportou hoje um prejuízo líquido de R$ 82,536 milhões no segundo trimestre de 2008, ante resultado negativo de R$ 13,881 milhões observado no mesmo período do ano anterior. O terceiro resultado negativo consecutivo da companhia. Foi também o maior prejuízo da empresa desde o início de suas operações, em 2006. A companhia só obteve um resultado positivo, no terceiro de trimestre de 2007, quando alcançou lucro líquido de R$ 1,092 milhão. A empresa renegociou na última semana R$ 205,8 milhões em dívidas, 82,65% de todos os seus débitos. Na sexta-feira, as ações da empresa tiveram alta de 10%.

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Quixadá só entrará em operação em setembro

Deverão iniciar em setembro as operações da usina de biodiesel da Petrobras em Quixadá, a ser inaugurada hoje pelo presidente Lula da Silva. A planta cearense é considerada a mais moderna do País, juntamente com a já lançada em Candeias (BA) e a que será inaugurada em Montes Claros (MG), todas com capacidade de produção de 57 mil litros de biodiesel por ano.

Desta produção, 30% será destinado ao consumo do Ceará e o restante passará para outros estados do Nordeste. Segundo o presidente da Petrobras Biocombustível, Alan Kardec, foram investidos aproximadamente R$ 100 milhões na construção da usina, empregando, no pico da obra, 1.048 empregos diretos, sendo 814 deles ocupados por cearenses.

Produção

A usina, inicialmente, operará em fase de teste, passando a pleno vapor após seis meses. Entretanto, não existe, hoje, produção suficiente no Estado para suprir essa necessidade, como foi destacado na edição de ontem do Diário do Nordeste. Atualmente, existem 8.522 agricultores que cultivam mamona e girassol em 161 municípios cearenses cadastrados para fornecer matéria-prima. Além destes, outros 759 do Rio Grande do Norte. Para Kardec, contudo, esses números tendem a crescer. ´Para a obtenção e manutenção do Selo Combustível Social, nós temos que buscar 50% de matéria-prima oriunda ma agricultura familiar, de maneira sustentável´.

´O empreendimento contribui para a redução do aquecimento global, gera emprego e renda no Ceará e é uma nova oportunidade comercial para a Petrobras´, afirma Kardec. Segundo ele, a Petrobras é parceira de ambos os estados na garantia de incentivos no fornecimento de sementes, matérias-primas e assistência técnica. ´O agricultor sabe que ao plantar, ele terá a garantia da compra de seu produto, tem a garantia de mercado´, afirma.

A usina de Quixadá terá capacidade para processar todas as variedades possíveis de produção do biodiesel, incluindo até o óleo de cozinha, que poderá ser reaproveitado. A planta cearense irá focar sua produção na utilização de mamona, girassol e soja. A Petrobras pretende, entretanto, utilizar uma mistura de até 30% de óleo de mamona como matéria-prima, atendendo determinações da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Essa mistura de mamona, segundo a Petrobras informou em nota anteriormente, ´melhora a qualidade do biodiesel produzido, enquadrando-o na norma européia e viabilizando sua exportação para regiões frias da Europa´.

Kardec informa que está sendo feito um esforço para que a matéria-prima seja retirada do Ceará, mas, se não for possível, será trazida de outros estados. ´Não há risco de desabastecimento da usina´, garante.

Fonte:

Arari terá Biodiesel

A Universidade Estadual do Maranhão (Uema), com a interveniência do curso de Agronomia, da Prefeitura Municipal de Arari, a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) e a Curcas Diesel Brasil Ltda, assinaram um convênio de cooperação técnica com o objetivo de implementar o Programa Municipal de Biodiesel de Arari (ArariBio). A celebração do convênio foi realizada esta semana, na Casa do Professor, em Arari.

O ArariBio visa, entre outras coisas, a incentivar o plantio de espécies oleaginosas através de modelos de agricultura sustentável; instalar unidades coletoras, esmagadoras e beneficiadoras de óleo em pontos estratégicos; capacitar técnicos e produtores para a produção de mamona, pinhão manso, amendoim, gergelim, girassol e outras espécies; incentivar o associativismo e empreendedorismo, de maneira a fortalecer os produtores na produção e comercialização; e criar novos postos de trabalho, melhorando a distribuição de renda daquele lugar.

Estiveram presentes na solenidade de assinatura, o diretor do curso de Agronomia da Uema, professor Hamilton Almeida; o presidente da Fapema, Sofiane Labidi; o prefeito de Arari, Leão Santos Neto; o secretário de Estado de Minas e Energia, Ricardo Ferro; o presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Arari, Almir de Jesus Leite; o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Arari, Crescêncio Correa; e os representantes da Seagro, Cristóvão Ferrão Ferreira; da Secretaria de Meio Ambiente, Manuel Carlos Bordalo; da Curcas Diesel Brasil, Mike Lu; e da Vale, Domingos Ataíde Borges Júnior; ale, de produtores rurais do município.

Fonte: http://www.jornalpequeno.com.br/2008/8/23/Pagina85484.htm

Biocapital começará as obras para instalação da primeira usina de produção de biocombustível de Roraima

Iniciam no próximo mês de outubro as obras para a instalação da primeira usina de produção de biocombustível de Roraima, situada no quilômetro 50 no Município de Bonfim. A empresa responsável pelo empreendimento, a Biocapital, afirmou que o investimento no Estado deve girar em torno de R$ 280 milhões em até seis anos.

O superintendente da empresa, Cláudio Cavalcante, disse que até o momento foram investidos 30 milhões em Roraima, com a implantação de lavouras de cana-de-açúcar e aquisição de terras. “A empresa terá matéria-prima própria, mas também vai comprar de fornecedores, pequenos agricultores e deve arrendar terras para o plantio, com o fornecimento de mudas e o conhecimento técnico necessário para que a cana plantada seja rica em sacarose”, argumentou.

Ele informou que a princípio os trabalhos da empresa devem iniciar pela terraplanagem, instalação de canteiros de obras, refeitório e energia elétrica e instalação sanitária na área de 185 hectares ocupada pela usina, na fazenda Arapari. “Após a expedição da licença prévia de instalação da indústria devem começar a ser selecionados trabalhadores. Serão contratadas 200 pessoas de imediato e quando as obras estiverem a pleno vapor, outras 800, totalizando mil trabalhos diretos”, frisou o superintendente.

Ainda de acordo com Cláudio, toda a mão-de-obra contratada pela empresa será local e passará por qualificação adequada às funções ocupadas. “A meta é, dentro de seis anos, quando o projeto estiver funcionando em sua totalidade, oferecer entre 4 e 5 mil empregos diretos, entre os setores agrícola e industrial”, comentou.

Também no mês de outubro a empresa deve dar início à etapa de multiplicação do viveiro de mudas, para alcançar a meta de moer, em 2010, a 1ª safra de 800 mil toneladas de cana. “A Biocapital fez um amplo estudo de mercado para chegar a Roraima. Foi verificado a viabilidade da região, o solo que foi considerado propício, as estações climáticas bem definidas e o fato da região amazônica consumir 350 milhões de litros de álcool por ano. Todo esse biocombustível vem do Centro-Sul e nossa intenção é abastecer esse mercado”, ponderou Cláudio.

REUNIÃO - Na manhã de ontem, os dirigentes da empresa estiveram na sede da Fundação Estadual de Meio Ambiente para uma reunião onde foram analisados, de forma prévia, os estudos feitos na região, visando possíveis correções. Conforme Alziro de Andrade, diretor de Monitoramento e Controle Ambiental, o relatório está em análise há 4 meses, mas a princípio não foi detectado nada que impeça a implantação da indústria. “A área de instalação é uma região de savana onde o impacto ambiental será mínimo”, informou.

Ainda segundo Alziro, desde o início do ano já foram concedidas três licenças ambientais de autorização para o plantio de cana-de-açúcar. “Esses produtores pretendem comercializar matéria-prima para a Biocapital, que não tem intenção de monopolizar o plantio”, argumentou.

Audiências públicas vão discutir instalação de usina em Bonfim

A Fundação Estadual de Meio Ambiente (Femact) começou a publicar na última terça-feira, 26, os editais para convocação de audiências públicas sobre a instalação da usina de biocombustível. O prazo para que instituições públicas e a sociedade civil organizada provoquem audiências é de até 45 dias. As audiências são pré-requisito exigido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente para a instalação da indústria.

Uma equipe multiprofissional da Femact está analisando o Estudo Técnico de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto do Meio Ambiente da instalação da usina em Bonfim há 4 meses. Os documentos contêm mapas, imagens de satélite, estudos do solo, fauna, flora e lençol freático.

A própria Biocapital deve direcionar a audiência explicando e orientando populares a respeito da indústria do biocombustível, procedência da empresa e benefícios para o Estado.

Fonte: Jornal Folha de Boa Vista - ÉLISSAN PAULA RODRIGUES

Petrobras quer sócios para novas usinas de biodiesel

São Paulo - A Petrobras deve buscar parcerias para as novas usinas de biodiesel que pretende levantar. As três primeiras unidades de produção de biodiesel construídas pela companhia foram construídas integralmente pela estatal. Mas, para chegar à meta de produção de 938 milhões de litros por ano, até 2012, a estatal aposta em parcerias, segundo o gerente de Novos Negócios da Petrobras Biocombustíveis, Marcos Vinicius Guimarães. "A idéia é que as unidades não sejam 100% Petrobras, mas sim que sejam construídas em conjunto com parceiros", afirmou ele, durante o Biodiesel Congress, que terminou hoje, em São Paulo.

Na semana passada, a Petrobras inaugurou a sua segunda usina de biodiesel, em Quixadá (CE). A primeira, localizada em Candeias (BA), entrou em operação ao final de julho, enquanto a terceira, em Montes Claros (MG), deve ser inaugurada em breve. A companhia também já anunciou a construção de uma quarta unidade, com meta de produção para 2012 e que é considerada premium, o que significa que terá uma capacidade maior de produção do que as demais, que juntas devem produzir 170 milhões de litros por ano. Guimarães não adiantou o local da nova unidade, assim como não informou se a Petrobras contempla parcerias nesse projeto.

Durante a sua apresentação, o executivo afirmou que a Petrobras Biocombustíveis, subsidiária integral da Petrobras, foi criada pela estatal para dar dinamismo ao setor. "Havia muitas críticas em relação à atividade da Petrobras em biodiesel e etanol. A nova empresa foi criada para dar velocidade aos projetos." Segundo ele, a recém-criada companhia passa por uma fase de organização, na qual procura reunir, em uma carteira única, todos os projetos planejados e em andamento.

Entre os principais desafios da Petrobras Biocombustíveis, Guimarães citou a redução, no médio prazo, da dependência da soja na produção de biodiesel - o fornecimento de matérias-primas deve priorizar a agricultura familiar - e o desenvolvimento de tecnologia para produção do etanol de celulose. "Os desafios são enormes ao longo de toda a cadeia, desde o desenvolvimento agrário, tecnológico, logístico, até a área de comunicação e integração com o mercado consumidor", disse.

As três primeiras unidades de biodiesel da Petrobras receberam R$ 295 milhões em investimentos. O plano de negócios da Petrobras para os anos de 2008 a 2012 prevê aportes de R$ 1,5 bilhão para os biocombustíveis. Neste momento, a estatal revisa o seu planejamento estratégico, e uma nova versão deve ser divulgada em outubro.


Fonte: - (Tatiana Freitas)

Mineiros/GO vai produzir biocombustível

O governador Alcides Rodrigues participou hoje, em Mineiros/GO, do lançamento da pedra fundamental da sede da Brenco, empresa que atua na área de biocombustível e na geração de energia elétrica a partir do bagaço da cana. A unidade de Mineiros deve entrar em operação em maio e vai produzir 313 milhões de litros de etanol por ano e 75 megawatts hora de energia elétrica. E expectativa é de que sejam gerados de 1,8 mil a 2 mil empregos diretos em dois anos.

Notícia Completa

Fonte: Goiás Agora

Grupo americano adquire a Bionorte

O comunicado de aquisição da Bionorte Indústria e Comércio de Biodiesel Ltda., empresa instalada em São Miguel do Araguaia, pelo grupo norte-americano Verde Bio Fuels Inc, foi feito durante reunião realizada hoje de manhã, 21, no gabinete do secretário do Planejamento e Desenvolvimento, Oton Nascimento Júnior, pelos empresários norte-americanos Sam Bel, da Verde Bio Fuels Inc, e Coyt M. Karrinker, da Bio-System Internactional. Também estiveram presentes o secretário da Indústria e Comércio, Luiz Medeiros; o prefeito de São Miguel do Araguaia, Ademir Cardoso; diretores da XES, empresa de Bauru (SP) que pertence à holding; e Wagner Calicchio de Campos, proprietário anterior da Bionorte que agora é sócio minoritário dos norte-americanos.

Além do empreendimento no interior paulista, o grupo tem uma empresa na Índia, a Chena. A intenção é integrar os negócios de bioenergia do Brasil, Índia e Estados Unidos, numa visão global. No caso da Bionorte, a fábrica está montada e pronta para começar a operação. Inicialmente serão utilizados como matéria-prima óleo de algodão e sebo bovino. O município de São Miguel do Araguaia possui hoje o segundo maior rebanho bovino de Goiás.

Crise

Segundo Sam Bell, a crise financeira internacional não afeta os planos da holding. “O mundo ainda necessita da combinação de alimentos e energia, e da criação de empregos”, afirmou. Ele disse acreditar que os planos da companhia sejam parte da solução do problema que gerou a crise.

Para o prefeito de São Miguel do Araguaia, Ademir Cardoso, o projeto da Bionorte representa o início da industrialização do município. Será a segunda planta industrial a entrar em funcionamento, depois do Frigorífico São Miguel do Araguaia. A entrada em operação da Bionorte deverá criar cerca de 60 empregos para trabalhadores de alta especialização, como engenheiros e técnicos. De acordo com o diretor Industrial e de Operações da Bionorte, Flávio Nascimento, parte da produção de biocombustível da indústria será vendida para a Petrobras. Em um segundo momento, a outra parte será destinada ao mercado global. Maiores informações pelo telefone 3201-7810.

Fonte:

segunda-feira, outubro 20, 2008

SÃO PAULO (Reuters) - Empresas brasileiras e organizações industriais vão formar uma joint venture para financiar pesquisas em álcool celulósico, afirmou na terça-feira um diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

A iniciativa inclui a Copersucar, maior produtora brasileira de açúcar e álcool, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e a subsidiária da Bunge no país.

A Votorantim, maior conglomerado industrial brasileiro, o Itausa e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) também participarão do projeto, que deve ser assinado nas próximas semanas, de acordo com o diretor Benedito Ferreira.

"Elas vão criar uma empresa de propósito específico para fazer pesquisas sobre etanol celulósico", disse Ferreira em um seminário promovido pela Fiesp.
"Estamos levantando dinheiro, e a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) fará a pesquisa técnica. Também vai procurar parceiros, incluindo no exterior", completou.

O Brasil e outros países como Estados Unidos e Canadá estão correndo para desenvolver biocombustível a partir da biomassa, como lascas de madeira, um processo com obstáculos tecnológicos que estão aos poucos sendo superados.

A cana-de-açúcar é considerada uma matéria-prima competitiva para o álcool celulósico já que tem bastante biomassa, que hoje é queimada para produzir energia térmica e elétrica. Mas as folhas da cana e outras partes podem ser usadas para produzir etanol.

Produtores brasileiros afirmam que o custo de transportar matéria-prima como grama e madeira para as usinas é o maior problema para o projeto.

Mas com a cana esse custo já é absorvido pelo processo tradicional das usinas.

"Isso (etanol celulósico) é o futuro. Os americanos estão investindo uma fortuna e querem fazer parcerias conosco porque temos cana", disse Ferreira, sem dar mais detalhes.

Ele explicou que a quantidade de dinheiro a ser investido no projeto será definido depois de finalizado um plano de negócios.


Fonte:

quinta-feira, outubro 16, 2008

Uma revolução verde no agronegócio

16/10/08 - Reconciliar produções maiores com o uso racional dos recursos naturais é a ordem do dia para o setor agrícola. E, em nome dela, já se observa uma crescente pressão exercida por meio de regulamentações e, sobretudo, pelo mercado. “A pressão por melhores práticas no agronegócio vem de longa data. O movimento de sustentabilidade só reforçou as oportunidades de negócios a partir de uma gestão mais eficiente da produção agrícola”, afirma Meire Ferreira, superintendente do ARES, Instituto para o Agronegócio Responsável.

Este desafio está longe de ser simples Segundo o Worldwatch Institute, cerca de 70% da água consumida mundialmente, incluindo a que decorre de desvios e de bombeamento do subsolo, atende à irrigação na agricultura. Além disso, de acordo com o Banco Mundial, 13 milhões de hectares de florestas tropicais são degradados ou desaparecem a cada ano, principalmente para expansão da atividade agrícola.

Outro desafio do agronegócio sustentável é a expansão sem agressões ao meio ambiente. Para Carlos Clemente Cerri, pesquisador do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (CENA/USP), o Brasil tem total condição de suprir boa parte da demanda de alimentos, fibras e biocombustíveis mundiais sem necessidade de novos desmatamentos. “Precisaremos de 18 a 20 milhões de hectares nos próximos dez anos para cultivo de soja, milho, cana de açúcar e oleaginosas para produção de biodiesel. Essas atividades podem ser realizadas em áreas hoje ocupadas por pastos. Para isso, basta aumentar a concentração de gado de 0,9 para 1,5 cabeça por hectare”, explica Cerri.

A transição para a sustentabilidade passa ainda pela revisão de um modelo de produtivo baseado na monocultura, uso intensivo de insumos químicos e mecanização. A fórmula, consagrada pela revolução verde no século XX, tem sido alvo constante de críticas. Não sem razão. Essa combinação de tecnologias e métodos levou à perda de biodiversidade, dependência excessiva de combustíveis fósseis, erosão do solo, e à poluição dos recursos hídricos, entre outros efeitos negativos.

O relatório “Agricultura para o desenvolvimento” do Banco Mundial destaca as tendências para a agricultura no futuro. De acordo com o documento, as tecnologias devem fazer mais do que ampliar a produção. Precisam contribuir para a economia de água e energia, a redução de riscos, o aumento da qualidade dos produtos e a proteção do meio ambiente.

Mudança de hábito

As fabricantes de defensivos e fertilizantes têm dedicado esforços à redução das externalidades de seus processos e produtos. Nos últimos anos, essas empresas, ícones da revolução verde, investiram continuamente na redução da toxicidade de seus produtos e na conscientização dos agricultores para uso racional e seguro dos insumos. “Há muitos exemplos de boas práticas no setor agrícola. No entanto, a sustentabilidade vem despertar para questão social e ambiental de uma forma muito mais intensa, propondo o alinhamento das iniciativas existentes ao negócio”, afirma Meire, do ARES.

Walter Dissinger, vice-presidente de proteção de cultivos para a América Latina e Care Chemicals para a América do Sul da Basf, destaca que a sustentabilidade é determinante para a perenidade do agronegócio. “O crescimento da agricultura ocorre justamente em um momento que se torna evidente o desafio de conjugar o crescimento econômico com as questões socioambientais, em que a sustentabilidade não deve ser considerada um diferencial, mas o princípio que garantirá a sobrevivência das organizações”, ressalta.

Revisão de processos e estratégias

A partir da perspectiva da sustentabilidade, as empresas do setor agrícola passaram a revisar alguns processos e estratégias de negócio. A Basf, por exemplo, vem focando a sua estratégia na área de proteção de cultivos. Segundo Eduardo Leduc, diretor da área no Brasil, além de combater pragas e doenças, os produtos dessa linha proporcionam ganhos de produtividade de 10 a 15% a partir dos chamados efeitos fisiológicos que atuam na funcionamento da planta. “Essa tecnologia está diretamente ligada à sustentabilidade porque o agricultor precisa produzir mais na mesma área. Vamos ter que aumentar muito a produtividade para atender à demanda mundial. Não adianta só expandir a área agrícola”, esclarece.

A empresa também investe em pesquisa e desenvolvimento de genes que aumentam a produtividade e a tolerância à seca. Segundo Leduc, a Basf tem buscado parceiros com conhecimento na área de sementes para oferecer a tecnologia ao mercado. “O modelo de negócios adotado pela empresa prevê a introdução de novas soluções no mercado por intermédio de parcerias, respeitando a cadeia de produção de sementes estabelecida”, afirma.

Em agosto de 2007, a Basf e a Embrapa anunciaram um acordo de cooperação na área de biotecnologia para desenvolvimento de uma variedade brasileira de soja geneticamente modificada. As duas empresas estão trabalhando para registrar a nova tecnologia junto à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), atendendo às exigências da Lei de Biossegurança 11.105/05. A expectativa é que as novas variedades de soja estejam disponíveis para o produtor de sementes em 2010 ou 2011 e para o agricultor, a partir de 2012.

Desde março de 2007, a corporação de origem alemã mantém parceria com a Monsanto para pesquisa e desenvolvimento de produtos com características de tolerância à seca e maior rendimento para as culturas de milho, soja, algodão e canola. Durante o período de colaboração, as duas companhias vão investir em conjunto US$ 1,5 bilhão.

Pioneira na área de biotecnologia, a Monsanto comprometeu-se a dobrar o rendimento de sementes de milho, soja e algodão, reduzindo em 1/3 a quantidade de recursos para o cultivo das mesmas variedades até 2030. Nos próximos cinco anos, destinará US$ 10 milhões ao setor público de pesquisa visando acelerar o desenvolvimento de novas variedades de trigo e arroz. A cada ano, um painel mundial de especialistas selecionará um projeto diferente, oferecendo US$ 2 milhões em investimentos.

A empresa também integra uma parceria, firmada em março deste ano com os governos de Quênia, Uganda, Tanzânia e África do Sul, com o objetivo de pesquisar variedades resistentes à rigidez do clima árido. A tecnologia será disponibilizada a pequenos produtores sem a cobrança de royalties.

O programa Milho Eficiente para a África (WEMA, na sigla em inglês) conta ainda com a participação da Fundação Bill & Melinda Gates e Howard G. Buffett, a Fundação Africana de Tecnologia Agricultural (AATF) e o Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (CIMMYT). “A biotecnologia sozinha não é a solução, mas tem uma contribuição importante para reverter a crise de alimentos. Com esses três bilhões de pessoas que virão para o mundo nos próximos 20 anos é imperativo produzir mais com menos recursos. E a biotecnologia representa uma boa opção para aumentar a produtividade, utilizando menos áreas e recursos da natureza”, afirma Gabriela Burian, gerente de responsabilidade ambiental da Monsanto.

Relacionamento com stakeholders

A aplicação do conceito de sustentabilidade no setor agrícola tem produzido mudanças importantes no modo como as empresas se relacionam com os seus públicos de interesse.

As ações de responsabilidade socioambiental da Bunge junto aos produtores são divididas em quatro etapas. Primeiro, a empresa promove a conscientização por meio da distribuição da cartilha “Responsabilidade Ambiental na Produção Agrícola”, elaborada em parceria com o Ministério do Meio Ambiente. O documento traz informações sobre o Código Florestal, como obter os licenciamentos e tornar a propriedade mais produtiva do ponto de vista socioambiental.

Havendo o interesse do produtor em investir na adequação, a Bunge aciona ONGs parceiras como a Conservation International para fazer o georeferenciamento e propostas de regularização da propriedade.

A terceira etapa consiste no reconhecimento por meio do prêmio “Destaque Bunge Agricultor Brasileiro e a última etapa diz respeito á cobrança de práticas. Para fornecer matérias-primas à Bunge, os produtores devem estar rigorosamente adequados às legislações ambiental e social. “A empresa entende que, para continuar no mercado, um produtor precisa ser sustentável. E por isso inclui em todos os seus contratos comerciais uma cláusula de sustentabilidade”, explica Adalgiso Telles, diretor de comunicação corporativa da Bunge no Brasil.

Se a qualquer momento ficar comprovado que agricultor descumpriu a legislação, a Bunge tem o direto de rescindir o contrato unilateralmente.

Em relação aos clientes, a empresa cruza os dados fornecidos para cadastro com a lista suja do Ministério do Trabalho que relaciona propriedades com ocorrências de trabalho escravo. “Desenvolvemos um sistema que captura os dados dessa lista de modo que se o produtor constar na relação, a operação comercial é automaticamente bloqueada”, explica Telles.

Desafios para a sustentabilidade na agricultura

- O consumo de carne na China mais que dobrou nos últimos 20 anos e a estimativa é que dobre novamente por volta de 2030.
- A produção de alimentos para atender a necessidade diária de consumo de uma pessoa demanda cerca de 3000 litros de água – mais de um litro por caloria.
- A agricultura foi responsável por 14% das emissões globais de gases causadores do efeito estufa em 2000.
- Os solos contêm mais carbono armazenado do que a atmosfera e toda cobertura vegetal terrestre juntas.
- Nos últimos 40 anos, a área mundial ocupada pela agricultura cresceu cerca de 10%, mas a distribuição per capita tem caído. A expectativa é que essa tendência se mantenha devido à menor disponibilidade de terras e ao crescimento populacional.


Juliana Lopes
Fonte: Revista Idéia Socioambiental

Energias alternativas criarão 20 milhões de empregos verdes

16/10/08 - O rápido crescimento do interesse por energias alternativas capazes de aplacar o aquecimento do planeta terá um impacto significativo na criação de empregos "verdes" no mundo nos próximos anos. Um estudo inédito divulgado pelo Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (Unep, em inglês) prevê a geração de pelo menos 20 milhões de novos postos até 2030 - 12 milhões apenas na indústria de bionergia, onde o Brasil é um dos principais players. O resultado econômico dessas mudanças será um mercado global de serviços e produtos "verdes" de cerca de US$ 2,74 bilhões em 2020.

"Projeções individuais para países indicam forte potencial para criação de empregos nos próximos anos. Os empregos verdes estão claramente em alta", afirma o estudo, divulgado em meio ao furacão financeiro que assola o mundo. Mas a crise, vale dizer, não deverá mudar esse quadro no longo prazo: as inovações tecnológicas continuarão a despontar já que as mudanças climáticas são um processo comprovado e irreversível.

O que pode acontecer, especula-se, é um retardamento desse processo. Por isso, "políticas arrojadas dos governos continuam sendo imprescindíveis", alerta o estudo, citando subsídios, reforma fiscal e orçamento para pesquisa e desenvolvimento como opções. Intitulado "Empregos verdes: em busca de um trabalho decente num mundo sustentável e de baixo carbono", o estudo feito pela Unep, pela Organização Internacional do Trabalho e outras organizações, traz um amplo olhar para a emergência de uma "economia verde" e seu impacto no trabalho no Século XXI.

Abrange uma vasta gama de profissões: de engenheiros e pesquisadores a designers, arquitetos, auditores e agricultores. Tudo o que, de uma forma ou outra, estiver ligado à preservação de ecossistemas, à redução do consumo de água e energia e à mitigação ou prevenção da geração das diferentes formas de lixo e de poluição.

O segmento de energia renovável tende a ser um dos mais beneficiados. Globalmente, cerca de 300 mil pessoas trabalham hoje com energia eólica e 170 mil com energia solar. Quase 1,2 milhão de pessoas estão empregadas no setor de geração de energia com biomassa, sobretudo biocombustíveis, em apenas quatro países - Brasil, Estados Unidos, Alemanha e China.

"São empregos com rápido ritmo de crescimento", diz o estudo. "Comparado com as termelétricas, a energia renovável gera muito mais empregos por unidade de capacidade instalada, unidade de energia gerada e dólar investido".

Se ainda são modestos, esses números têm um potencial gigantesco para crescer. O estudo prevê uma guinada no número de empregos de 600% no setor de energia eólica, para 2,1 milhões de postos em 2030. A energia solar deverá ter um incremento de 3.605% no mesmo período, chegando aos 6,3 milhões de postos. As 1,2 milhão de pessoas ligadas atualmente aos biocombustíves se transformarão em um exército de 12 milhões de pessoas, como se a cidade de São Paulo inteira se dedicasse unicamente à produção de etanol.

Mas outros setores também serão "chacoalhados" com as exigências cada vez maiores por tecnologias limpas que solucionem velhos problemas. O imobiliário é um deles. Prédios com isolamento melhor, ventilação e aquecimento mais econômicos e iluminação inteligente serão o padrão do futuro. A União Européia prevê abrir, sozinha, mais 2,5 milhões de cargos relacionados a essas melhorias até 2030 e outros 1,4 milhão até 2050.

Esse mundo em transformação mexerá diretamente com a estrutura das profissões. Cargos serão adaptados para a nova realidade, caso de eletricistas, encanadores e pedreiros da futura geração de edifícios "verdes". Outros serão substituídos, com funcionários de aterros sanitários migrando para a incineração. Alguns setores serão turbinados - a reciclagem é um exemplo. E muitos empregos serão simplesmente eliminados do mapa. "No dia em que a embalagem for banida ou desencorajada, isso levará à descontinuidade da sua produção", explica o estudo.

Dessa dança das cadeiras participarão todos os países, sobretudo os desenvolvidos, onde ainda estão concentrados a maioria esmagadora dos empregos verdes. Segundo a consultoria Roland Berger, os empregos na indústria de tecnologia ambiental na Alemanha representarão 16% da produção industrial do país até 2030, nada menos que o quádruplo do que se verificou em 2005. Mais: o setor ultrapassará em um prazo de 12 anos o número de empregos das poderosas indústrias manufatureira e automobilística alemãs. "O negócio verde está se tornando o motor do desenvolvimento econômico alemão", diz a consultoria.

No Brasil, a criação de empregos ocorrerá de forma mais acentuada no setor de bioenergia, onde os empregos já acompanham o aumento de investimentos polpudos para a produção de etanol. "A médio e longo prazo é possível crescer muito no setor de biocombustível", diz Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energias renováveis do Greenpeace Brasil.

Ele cita como indicações disso as previsões do setor de 28 mil MW gerados a partir da co-geração do bagaço da cana até 2020. "É uma Itaipu", diz o especialista. Outro fator que contribui para um futuro de mais empregos "verdes" no país é a recente criação da Comissão Especial de Energias Renováveis do Congresso, onde tramitam onze projetos-de-lei que convergirão para a nova legislação de energia limpa. "Com isso serão necessários mais projetistas de caldeiras e engenheiros", exemplifica Baitelo.

De acordo com estimativas do setor, o Brasil tem cerca de 500 mil pessoas trabalhando com biomassa, número que pode duplicar nas próximas décadas se houver sinalização política correta. É justamente aí, porém, que vem a ressalva: mais emprego não significa uma vida melhor. O estudo alerta que muitos trabalhadores - citando nominalmente o setor de biocombustíveis no Brasil, Malásia e Indonésia - ainda estão sujeitos a condições longe do ideal. "Em certas áreas, sobretudo nos países em desenvolvimento, os empregos que estão sendo criados ainda deixam a desejar. Mal podem ser considerados trabalhos decentes", afirma.

Fonte: Portal do Voluntário

Biocombustíveis não podem afetar biodiversidade

16/10/08 - A União Internacional da Conservação da Natureza (UICN) exige cortes significativos nas emissões de gases com efeito de estufa até 2050, sublinhando que a crise financeira não pode influenciar os esforços para preservar a biodiversidade.

A Assembleia da UICN - uma influente rede global de governos, cientistas e ambientalistas - também aprovou uma recomendação aos Governos de todo o Mundo para que deixem de subvencionar a produção de biocombustíveis com dinheiros públicos.

A organização internacional vai promover um programa para mitigar os problemas relacionados com as alterações climáticas, orçado em cerca de 50 milhões de dólares, ao mesmo tempo que irá acompanhar a aplicação de 25 milhões de dólares destinados a intervenções no domínio da conservação da natureza.

Durante a Assembleia da UICN, reunida em Barcelona, a França anunciou que vai disponibilizar 7 milhões de euros para suportar a actividade de organização entre 2009/2012. O Paraguai anunciou "zero desflorestação" em 2020, ao mesmo tempo que a Rússia revelou que vai tomar medidas ambientais de protecção de 80 milhões de hectares.

A organização revelou estar igualmente a trabalhar num programa para a protecção dos recifes de coral, pois constituem uma fonte importante de alimento e preservação de grande variedade de organismos vivos nos oceanos. Os recifes de coral são juntamente com as florestas tropicais, dos sistemas com maior diversidade biológica.


Fonte: Expresso

FAO pede fim de subsídios ao biocombustível

16/10/08 - Os governos precisam rever com urgência suas políticas de lavouras para produção de biocombustíveis, segundo um relatório anual da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a FAO.

No documento, a FAO pede que os países ricos cancelem os subsídios para permitir a competição de países mais pobres.

Para a FAO, os biocombustíveis têm "uso limitado" para satisfazer as necessidades energéticas do planeta. Mas, segundo o relatório, o uso de lavouras como as de cana-de-açúcar, milho e sementes oleaginosas para a fabricação de biocombustíveis vai continuar aumentando os preços dos alimentos.

"Os biocombustíveis apresentam oportunidades e riscos. O resultado vai depender do contexto específico dos países e das políticas adotadas", afirmou diretor geral da FAO, Jacques Diouf.

"As políticas atuais tendem a favorecer os produtores em alguns países desenvolvidos, passando por cima dos produtos da maioria dos países em desenvolvimento."

"O desafio é reduzir ou gerenciar os riscos e dividir melhor as oportunidades", acrescentou Diouf.

Produção

A FAO afirmou que a produção de biocombustíveis baseados em produtos agrícolas cobre, atualmente, cerca de 2% do consumo de combustíveis para transporte. Espera-se que o crescimento continue.

A demanda por produtos agrícolas para os biocombustíveis também deve continuar crescendo na próxima década. E esta demanda tem o potencial para trazer verdadeiros benefícios para comunidades rurais em países em desenvolvimento, criando renda e emprego, segundo a FAO.

Mas estas oportunidades, segundo Diouf, avançariam com o fim dos subsídios aos biocombustíveis e das barreiras comerciais.

Estas barreiras "criam um mercado artificial e atualmente beneficiam produtores de países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) à custa dos produtores em países em desenvolvimento", acrescentou Diouf.

Gases do efeito estufa

O relatório afirma que os altos preços de produtos agrícolas estão causando um impacto negativo em países em desenvolvimento que dependem de importações de alimentos.

E acrescenta que a produção e o uso de biocombustíveis "não contribui necessariamente para reduzir a emissão de gases de efeito estufa como se pensava anteriormente".

O investimento em pesquisa e desenvolvimento da próxima geração de biocombustíveis - com madeira, gramíneas ou resíduos de lavouras - "tem mais potencial em termos de redução de emissões de gases de efeito estufa, com menos pressão na base de recursos naturais", segundo Diouf.


Fonte: 24 Horas News

Na Espanha apoia a política brasileira de biocombustíveis

16/10/08 - A política brasileira de biocombustíveis conta com o apoio e a colaboração da Espanha, declarou na terça-feira, em Brasília, o ministro espanhol de Assuntos Exteriores, Miguel Moratinos.

"Há investimentos de empresas espanholas no setor [de biocombustíveis no Brasil]. O Brasil produz um ´etanol bom´ e, neste sentido, é singular”, assegurou o ministro, concordando com a metáfora feita pelo chanceler brasileiro Celso Amorim.

"Há o colesterol ruim e o colesterol bom. E há o etanol ruim e o etanol bom. O colesterol ruim mata e o colesterol bom cura. É a mesma coisa com o etanol. E o do Brasil é bom", comparou Celso Amorim.

O ministro brasileiro fazia referência ao fato do etanol brasileiro ser produzido a partir da cana-de-açúcar - e não do milho, como nos Estados Unidos.

As plantações de cana-de-açúcar no Brasil destinadas à produção de etanol ocupam apenas 1% do total de área cultivável - 3,6 milhões de hectares de um total de 355 milhões -, sendo suficiente para abastecer metade do consumo de combustível dos automóveis.

As críticas aos biocombustíveis se devem à utilização de culturas tradicionais para a produção, como milho e trigo, e de vastas áreas cultiváveis, causando um aumento sem precedentes no preço dos alimentos.

Moratinos e Amorim disseram que não conversaram diretamente sobre a questão dos biocombustíveis, mas o tema está vinculado a outro que abordaram - a conclusão do acordo Mercosul - União Européia.

As negociações deste acordo estão suspensas e não avançam pela falta de conclusão da Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Na altura em que as negociações foram paralisadas, o acordo previa uma "cota grande", segundo Amorim, para a entrada do etanol brasileiro na Europa.


Fonte: Google News

União Europeia lança megaprojecto de 1000 milhões de euros

16/10/08 - A União Europeia (UE) acaba de lançar um ambicioso projecto de 1000 milhões de euros destinado a tornar a Europa líder mundial nas tecnologias ligadas às células de combustível e ao hidrogénio, que para muitos especialistas poderão ser a base energética de um futuro sem emissões de gases com efeito de estufa e sem combustíveis fósseis.

O investimento será feito em conjunto pela UE, 60 empresas industriais e 60 centros de investigação no âmbito da Joint Technology Iniciative (JTI).

Durante os próximos seis anos, esta parceria público-privada vai apostar na investigação, desenvolvimento tecnológico e demonstração nas células de combustível e no hidrogénio, de modo a que estas tecnologias se generalizem a todo o mercado energético europeu entre 2010 e 2020.

Segundo Janez Potocnik, comissário europeu para a Ciência e Investigação, "o desenvolvimento destas tecnologias é crucial para respondermos com sucesso aos desafios das alterações climáticas e da energia", porque as células de combustível "são uma tecnologia de conversão eficiente" e o hidrogénio "pode ser uma fonte de energia limpa".

Fonte: Reuters