quarta-feira, outubro 22, 2008

Biocapital começará as obras para instalação da primeira usina de produção de biocombustível de Roraima

Iniciam no próximo mês de outubro as obras para a instalação da primeira usina de produção de biocombustível de Roraima, situada no quilômetro 50 no Município de Bonfim. A empresa responsável pelo empreendimento, a Biocapital, afirmou que o investimento no Estado deve girar em torno de R$ 280 milhões em até seis anos.

O superintendente da empresa, Cláudio Cavalcante, disse que até o momento foram investidos 30 milhões em Roraima, com a implantação de lavouras de cana-de-açúcar e aquisição de terras. “A empresa terá matéria-prima própria, mas também vai comprar de fornecedores, pequenos agricultores e deve arrendar terras para o plantio, com o fornecimento de mudas e o conhecimento técnico necessário para que a cana plantada seja rica em sacarose”, argumentou.

Ele informou que a princípio os trabalhos da empresa devem iniciar pela terraplanagem, instalação de canteiros de obras, refeitório e energia elétrica e instalação sanitária na área de 185 hectares ocupada pela usina, na fazenda Arapari. “Após a expedição da licença prévia de instalação da indústria devem começar a ser selecionados trabalhadores. Serão contratadas 200 pessoas de imediato e quando as obras estiverem a pleno vapor, outras 800, totalizando mil trabalhos diretos”, frisou o superintendente.

Ainda de acordo com Cláudio, toda a mão-de-obra contratada pela empresa será local e passará por qualificação adequada às funções ocupadas. “A meta é, dentro de seis anos, quando o projeto estiver funcionando em sua totalidade, oferecer entre 4 e 5 mil empregos diretos, entre os setores agrícola e industrial”, comentou.

Também no mês de outubro a empresa deve dar início à etapa de multiplicação do viveiro de mudas, para alcançar a meta de moer, em 2010, a 1ª safra de 800 mil toneladas de cana. “A Biocapital fez um amplo estudo de mercado para chegar a Roraima. Foi verificado a viabilidade da região, o solo que foi considerado propício, as estações climáticas bem definidas e o fato da região amazônica consumir 350 milhões de litros de álcool por ano. Todo esse biocombustível vem do Centro-Sul e nossa intenção é abastecer esse mercado”, ponderou Cláudio.

REUNIÃO - Na manhã de ontem, os dirigentes da empresa estiveram na sede da Fundação Estadual de Meio Ambiente para uma reunião onde foram analisados, de forma prévia, os estudos feitos na região, visando possíveis correções. Conforme Alziro de Andrade, diretor de Monitoramento e Controle Ambiental, o relatório está em análise há 4 meses, mas a princípio não foi detectado nada que impeça a implantação da indústria. “A área de instalação é uma região de savana onde o impacto ambiental será mínimo”, informou.

Ainda segundo Alziro, desde o início do ano já foram concedidas três licenças ambientais de autorização para o plantio de cana-de-açúcar. “Esses produtores pretendem comercializar matéria-prima para a Biocapital, que não tem intenção de monopolizar o plantio”, argumentou.

Audiências públicas vão discutir instalação de usina em Bonfim

A Fundação Estadual de Meio Ambiente (Femact) começou a publicar na última terça-feira, 26, os editais para convocação de audiências públicas sobre a instalação da usina de biocombustível. O prazo para que instituições públicas e a sociedade civil organizada provoquem audiências é de até 45 dias. As audiências são pré-requisito exigido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente para a instalação da indústria.

Uma equipe multiprofissional da Femact está analisando o Estudo Técnico de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto do Meio Ambiente da instalação da usina em Bonfim há 4 meses. Os documentos contêm mapas, imagens de satélite, estudos do solo, fauna, flora e lençol freático.

A própria Biocapital deve direcionar a audiência explicando e orientando populares a respeito da indústria do biocombustível, procedência da empresa e benefícios para o Estado.

Fonte: Jornal Folha de Boa Vista - ÉLISSAN PAULA RODRIGUES

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