É nesse quadro que se coloca a questão energética. O mundo vai percebendo que o modelo energético atual não atende à preservação do meio ambiente nem às necessidades vitais da humanidade.
O petróleo é finito e extremamente poluente. Por isso, todo um esforço se desenvolve em busca de energias alternativas.
Os biocombustíveis (Biodiesel e Etanol) estão no centro das atenções. O Brasil conquistou respeito internacional pelo avanço tecnológico na área e há uma internacionalização do setor. Empresas transnacionais adquirem usinas ou constroem outras, já de olho no crescimento deste mercado.
Portanto, o aumento vertiginoso de investimentos na produção de biocombustíveis é visto como uma das alternativas mais eficazes para relativizar a dependência de nossa sociedade pelo combustível fóssil - um dos vilões do aquecimento global.
Até o Greepeace reconhece o Brasil como tendo um dos maiores programas de substituição de petróleo por energia renovável do mundo, o programa do álcool combustível, que consegue substituir 200 mil barris por dia de petróleo, deixando de lançar na atmosfera milhões de toneladas de carbono por ano.
Com o firme propósito do governo na sua implementação, com a devida sustentação legal e a boa resposta do produtor de biodiesel, seja em plantas em operação ou em projeto e o apoio de capital externo, muitos agricultores e fazendeiros voltaram-se para o plantio da cana-de-açúcar, matéria-prima do etanol, e outras culturas utilizadas na produção do biodiesel como mamona e óleo de palma.
Em 2006, o biocombustível alimentava apenas 1% do transporte terrestre mundial, de acordo com a Agência Internacional de Energia. A estimativa é que o percentual se multiplique por oito até 2030. No Brasil, esta tendência é vista com ótimos olhos, pois representaria uma ótima oportunidade de crescimento.
No início de 2007, a área plantada de cana-de-açúcar no Brasil era de 7,04 milhões de hectares (mais de 78% na região centro-sul do país, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - Inpe). Deste total, cerca de um terço foi destinado a produção de etanol. Se o aumento da demanda mundial se concretizar, estima-se que a área cresça 60% em 5 anos e ultrapasse os 10 milhões de hectares.
Mas nem tudo são flores. O que os entusiastas dos biocombustíveis não previam são os questionamentos sobre o crescimento da produção de biocombustíveis versos a produção de alimentos. Até onde se pode produzir biocombustíveis sem afetar a produção de alimentos?
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