Apenas daqui a quatro ou cinco anos o setor de aviação poderá ter uma alternativa renovável e possivelmente mais barata ao querosene, apesar das fabricantes de aeronaves estarem acelerando pesquisas neste sentido, afirmou nesta quinta-feira o vice-presidente executivo de Planejamento Estratégico e Desenvolvimento Tecnológico da Embraer, Satoshi Yokota.
Na avaliação de Yokota, no ano que vem já será possível fazer vôos experimentais com biocombustíveis em aviões da empresa, mas a utilização comercial ainda levará tempo, apesar dos esforços.
"Só se torna viável (biocombustível) se for uma solução universal, por isso existem acordos para acelerar as pesquisas, nos Estados Unidos e Europa, e no Brasil estamos fazendo trabalho com um consórcio mais restrito", disse o executivo.
Ele informou que, no Brasil, trabalha com a Petrobras e a TechBio, de Fortaleza, enquanto em outras partes do mundo mais empresas estariam envolvidas. "Mas temos acordo de confidencialidade", acrescentou.
Ele lembrou que um possível novo combustível tem que ser usado em todos os aviões, para garantir a concorrência, e que enquanto não se encontra um substituto que dê o mesmo rendimento que o querosene a tendência é fazer uma mistura com derivados de óleos vegetais, como ocorre com o diesel no Brasil, cuja mistura é de 3% de biodiesel atualmente.
"Os derivados de óleo ainda não nos levam a um substituto do querosene ainda. Estamos vendo uma mistura de 5 a 10% (de biocombusíveis ao querosene), o que seria adequado, porque não dá para pensar em pegar os 50 mil aviões que estão ai voando e mudar", disse o executivo.
Segundo Yokota, os técnicos químicos envolvidos nas pesquisas afirmam que mesmo que o petróleo caia do patamar atual, acima dos US$ 130 (checar) o barril, a busca por um combustível alternativo valeria a pena até com o preço do petróleo em torno dos US$ 80, US$ 70. "É tanto pela questão do preço como da emissão de carbono", observou.
Apesar dos custos em alta o executivo se disse otimista com o desempenho das vendas da empresa, principalmente na área de jatos executivos, que deve dobrar de tamanho em quatro anos. "Hoje corresponde a 15% da nossa receita e vai pular para 30% em 2012", afirmou.
Ele se disse preocupado no entanto com as novas fabricantes que estão despontando no mercado, como Rússia, China e Japão, ressaltando que não tem dúvidas de que, a exemplo do que já ocorreu com a Bombardier, a Embraer venha a ter problemas com dumping deste países.
"Eles vão subsidiar, vão fazer dumping, estão gastando milhões de dólares mais um pouco para financiamento. Não vai ser num prazo curtíssimo, mas em 10, 15 anos vão ser competidores fortes", previu.
19/06
Fonte: Reuters
sábado, junho 21, 2008
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