quinta-feira, novembro 27, 2008

A crise e a revolução verde

27/11/08 - Os dirigentes mundiais devem se lembrar que enfrentamos duas crises: a financeira, que é a mais imediata, e a climática que possui um caráter mais existencial. A urgência da primeira não é desculpa para se descuidar da segunda. Pelo contrário, é uma oportunidade para matar dois coelhos com uma cajadada só.

Deixemos de lado os argumentos habituais: que o conhecimento científico sobre as mudanças climáticas é claro, que o problema se agravará se não agirmos, que combater o aquecimento global é um imperativo moral. Em vez disso, procuremos argumentar em termos de pragmatismo econômico.

O crescimento mundial está mais lento. Os orçamentos estão mais limitados. É provável que tenhamos menos recursos para resolver uma lista cada vez mais longa de problemas. Que medidas podemos tomar para criar empregos e incentivar o crescimento? Como garantir o abastecimento energético a preços viáveis? Que devemos fazer para proteger o sistema financeiro mundial para que os povos de todos os países possam colher os benefícios do desenvolvimento e viver com estabilidade?

A resposta é encontrar soluções comuns para os graves desafios que enfrentamos. E no caso dos dois mais graves - a crise financeira e as mudanças climáticas - a resposta é a economia verde. Se nosso estilo de vida está ameaçado, temos que nos adaptar. Os cientistas concordam: precisamos de uma revolução energética, uma transformação no tipo de energia que utilizamos. Os economistas também estão de acordo: o setor onde se registra um crescimento mais rápido é o das energias renováveis.

Os filósofos pragmáticos nos lembram que o amanhã começa hoje. Sim, a crise financeira possui uma importância fundamental. Mas enfrentaremos um desafio igualmente importante no começo de dezembro, quando os países se reunirão em Poznan, na Polônia, para o próximo ciclo de negociações sobre a Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O seu objetivo é preparar o terreno para um importante acordo em Copenhague, em dezembro do próximo ano, quando os líderes mundiais se reunirão para negociar um acordo sobre mudanças climáticas que todos os países possam adotar.

Mas os desejos não se traduzem automaticamente em atos. Mas sejamos claros: é isso que as pessoas, as empresas, os investidores e os governos querem. De fato, isso já está acontecendo. O Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) calcula que o investimento mundial em energias que não geram gases do efeito estufa atingirá US$ 1,9 bilhão em 2020. No mundo inteiro, há quase dois milhões de pessoas empregadas nas novas indústrias de energia eólica e solar, metade delas na China. O programa de biocombustíveis do Brasil vem criando quase um milhão de empregos por ano. Na Alemanha, o investimento em tecnologias ambientais deverá quadruplicar nos próximos anos, atingindo 16% da produção da indústria transformadora em 2030, e empregando mais trabalhadores do que a indústria automobilística.

Não é necessário esperar que as novas tecnologias cheguem, nem nos preocupar excessivamente com os custos de ação. Alguns estudos revelam que os Estados Unidos poderiam reduzir as emissões de carbono por um custo baixo ou nulo, utilizando os conhecimentos existentes. Podemos nos inspirar no caso da Dinamarca, que realizou grandes investimentos no crescimento verde. Desde 1980, o seu PIB aumentou 78%, tendo-se apenas registrado aumentos mínimos no consumo de energia. A Polônia conseguiu reduzir suas emissões em um terço nos últimos 17 anos, enquanto a sua economia se expandia. Para as empresas, este tipo de poupança traduz-se em lucros. Hoje as empresas européias do setor das tecnologias verdes estão usufruindo de vantagens consideráveis por terem sido as primeiras no mercado, representando um terço deste mercado.

Com as políticas certas e com incentivos financeiros, podemos ter crescimento econômico com baixo nível de emissões de carbono. Com as políticas e os incentivos certos, podemos garantir que os países desenvolvidos e em desenvolvimento contribuam para a causa da luta contra o aquecimento global, usando seus próprios métodos, sem comprometer o direito de cada país ao desenvolvimento e ao bem-estar econômico dos seus cidadãos.

Os empresários com visão mais clara sabem disso. Essa é uma das razões pelas quais exigem políticas claras e coerentes em matéria de mudanças climáticas - políticas mundiais para um problema mundial. Em Poznan e, posteriormente, em Copenhague, algumas pessoas procurarão obter limites rigorosos para as emissões. Outras preferirão metas voluntárias. Muitas pedirão políticas destinadas a reduzir o desmatamento, que é responsável por cerca de um quinto das emissões de gases do efeito estufa. O investimento de US$ 17 a US$ 39 bilhões por ano seria suficiente para reduzir esta quantidade pela metade e incentivaria a criação de empregos relacionados com a proteção do meio ambiente em países tropicais como a Indonésia.

Infelizmente, não podemos escolher. Necessitamos de todas estas abordagens. Mais ainda, precisamos de liderança - uma liderança esclarecida - e de uma visão mundial acompanhada de ação. A atual crise financeira é um alerta. Requer idéias novas. Exige soluções inovadoras que levem em consideração os grandes desafios que enfrentamos como comunidade global. Não é um convite para adiar o que é necessário fazer para garantir nosso futuro. Não há mais tempo a perder.


Ban Ki-moon, Susilo Bambang Yudhoyono, Donald Tusk, Anders Fogh Rasmussen
Fonte: Valor Econômico

O Inmetro e a certificação

27/11/08 - O Inmetro desenvolve o Programa Brasileiro de Certificação de Biocombustíveis tendo como pilotis critérios técnicos preestabelecidos para a qualidade essencial do produto, bem como a repercussão socioambiental de seu mecanismo de produção.

O avanço do projeto PBCB – Programa Brasileiro de Certificação de Biocombustíveis – tem como escopo contribuir para a transposição de possíveis barreiras técnicas ao biocombustível brasileiro; viabilizar o comércio exterior e o acesso a novos mercados; incrementar a melhoria constante de sua qualidade; diminuir o impacto socioambiental provocado pelo processo produtivo; tornar o etanol e o biodiesel brasileiros mais competitivos e ainda valorizar a imagem do biocombustível nos mercados interno e externo. Visa-se, também, possibilitar que o programa seja replicado em outros países emergentes, que necessitem demonstrar a sua sustentabilidade, fator sine qua non para multiplicar a oferta e demanda mundial e a decorrente transformação do etanol em commodity internacional.

Destarte, o Inmetro estabelece como escopo proeminente a elaboração dos Regulamentos de Avaliação da Conformidade para o Etanol e o Biodiesel, com efetiva participação do segmento produtivo, instituições ministeriais, organismos regulamentadores, área acadêmica e associações de exportadores.

Os dispositivos formais do Regulamento de Avaliação da Conformidade para Etanol prevê normas, critérios e indicadores relacionados às áreas social, ambiental, trabalhista e de produção. São ainda requeridos para as usinas critérios mínimos contidos nas Normas Brasileiras de Regulamentação (NBR ISO 9001, 14001 e 16001), da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Nesta direção, haverá ainda uma etiqueta assinalando o índice de diminuição das emissões de gases causadores do “efeito estufa”, sobretudo no que tange aos combustíveis fósseis.


Wilibaldo de Sousa Junior
Fonte: Diário da Manhã - Goiânia/G

quinta-feira, novembro 13, 2008

Brasil: referência em sustentabilidade

13/11/08 - Temos a matriz energética mais limpa do mundo. O etanol é uma referência em energia renovável. Fomos abençoados com a maior diversidade de fauna e flora, além da maior reserva de recursos hídricos do planeta. Estamos na vanguarda em vários segmentos de pesquisa genética. Dispomos de uma legislação ambiental avançada. A consciência ambiental cresce à medida que entidades se fortalecem, políticas públicas se consolidam e as empresas, em número crescente, incorporam o princípio da sustentabilidade.

Lógico, que nem tudo são flores.

Há o agravante da questão do desmatamento, assim como, ainda não dispomos de uma legislação eficiente sobre áreas contaminadas e temos o grande vazio causado pela ausência de uma legislação acerca da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Também existem excessos preservacionistas, seja na ação do Ministério Público, como em setores do Executivo, além do radicalismo de alguns setores sociais que “olhando a árvore, muitas vezes ignoram a floresta” e acabam prestando um desserviço à causa ambiental.

Agora, por exemplo, estamos sujando nossa matriz energética com leilões recentes de energia nova que ampliaram a oferta de energia com base termelétrica em óleo combustível, mais cara e poluente!

Todavia, nestas próximas semanas, o Brasil será palco de uma série de eventos importantes que consolidam a oportunidade de sermos referência mundial em sustentabilidade.
A realização da Fimai - Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial que acontece simultaneamente ao Seminário sobre Resíduos Sólidos, organizado pelo Cempre – Compromisso Empresarial pela Reciclagem, entre os dias 12 e 14 de novembro, abrem espaço para debates acerca de uma legislação inovadora em relação a questão de resíduos sólidos, para troca de experiências, além de servirem de vitrine para a exposição do que há de mais moderno em equipamentos no setor de gestão de resíduos. A capital paulista receberá delegações internacionais, onde oportunidades de negócios serão apresentadas, demonstrando o avanço da indústria de tratamento de resíduos e da consciência em torno da importância de uma gestão adequada, envolvendo diversos segmentos da sociedade.

Entre os dias 17 e 19 de novembro, também acontece o Seminário Internacional de Biocombustíveis, em São Paulo, em que Governo, Legislativo e empresários terão espaço para discutir a sustentabilidade econômica, social e ambiental da produção de etanol e de biodiesel. Acerta o governo brasileiro em tomar esta iniciativa, dando-lhe o devido peso, no momento em que surge a necessidade imediata de socorrer o setor sucroalcooleiro, em que poderemos definir estratégias de médio e longo prazos.

A capital catarinense sedia a Eco Power Conference – Fórum Internacional de Energia Renovável e Sustentabilidade, entre os dias 19 e 21 de novembro, com a proposta de reunir empresários, políticos e profissionais de diferentes áreas para debaterem novas formas de energias renováveis, sua inserção no sistema energético e a interação com o meio ambiente e a sustentabilidade.

Enquanto, Foz do Iguaçu (PR) recebe o Fórum de Águas das Américas, entre os dias 24 e 25 de novembro. Trata-se de uma iniciativa do Conselho Mundial da Água, que acontece a cada três anos em diferentes partes do mundo, dedicada a analisar políticas mundiais sobre a água e com o objetivo de responder à crescente preocupação global com a enorme pressão exercida pelas populações humanas sobre os recursos hídricos. Entre as prioridades apontadas pelos participantes, além de alocar mais recursos financeiros para viabilizar o acesso à água e ao saneamento básico, está à necessidade de cada país elaborar seu plano nacional de recursos hídricos, a exemplo do que vem fazendo o Brasil.

A realização deste conjunto de acontecimentos evidencia o papel de destaque que o Brasil adquiriu e que pode desempenhar no planeta. Estarei participando de cada um deles, recolhendo subsídios, conhecendo experiências internacionais e apresentando as questões legislativas afeitas a consolidação do princípio da sustentabilidade que estão sendo debatidas no Congresso Nacional. Não resta dúvida que precisamos adequar os atuais padrões de consumo e de produção sob a premissa de que os recursos naturais são escassos e esgotáveis. Pesa sobre os nossos ombros a responsabilidade de estabelecermos um novo padrão de desenvolvimento, que não seja imediatista, mas que esteja calcado na sustentabilidade ambiental, econômica e social.


Arnaldo Jardim
Fonte: BrasilAgro

Empresa inicia produção de diesel renovável

A Amyris Biotechnologies inaugurou sua primeira usina piloto para produzir diesel renovável No CompromiseT. O produto é chamado dessa forma porque é elaborado para ser um combustível renovável, de baixo custo e alta escala, com atributos de desempenho que igualam ou superam os combustíveis extraídos do petróleo e os biocombustíveis atualmente disponíveis.

A usina piloto, que foi concluída em setembro, é um passo importante para a Amyris atingir a meta de desenvolver e comercializar o combustível sustentável à base de hidrocarbonetos, que a empresa espera lançar em 2010.

A usina serve como porta de comunicação técnica para a comercialização no Brasil e em outros locais de produção. Ela tem por objetivo demonstrar a tecnologia da Amyris em equipamentos em processos de pequena escala que representam operações completas em escala comercial, gerar dados de engenharia essenciais para projetar usinas de grande escala da Amyris e produzir amostras de produtos para testes de desempenho.

"Este novo diesel tem todas as características para dar uma contribuição importante à tentativa de solucionar a crise global climática, energética e do transporte", disse o diretor executivo da Amyris, John Melo.

Paralelamente a essa iniciativa, a Amyris abrirá uma usina piloto maior em Campinas, São Paulo, no primeiro trimestre de 2009, onde finalizará processos para as operações brasileiras, transferirá a tecnologia às instalações de fabricação no Brasil e proporcionará suporte contínuo para otimizar a produção no País.

No início do ano, a Amyris estabeleceu uma joint-venture brasileira para trabalhar com usinas de cana-de-açúcar e produtores de combustível brasileiros e aumentar a produção do diesel. A Santelisa Vale, segunda maior produtora de açúcar e etanol no Brasil, confirmou a capacidade de moagem de 2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para a produção inicial do diesel da Amyris.

Fonte:

quarta-feira, novembro 12, 2008

Jatos da Boeing voarão com biocombustível

11/11/08 - Nos próximos três anos deverão estar certificados os biocombustíveis que a companhia aérea Boeing pretende utilizar em seus jatos. O combustível, chamado de segunda geração, terá como matérias-primas a Jatropha curcas (planta já processada em etanol na Índia) e mesmo algas marinhas, que também já são experimentalmente processadas por pelo menos quatro companhias de pesquisas dos EUA.

O Programa de Sustentabilidade de Biocombustíveis da Boeing, segundo seu porta-voz Darrin Morgan informou à revista Wired, estão em fase bem adiantadas os processos de produção de biocombustível a partir de algas, no caso a querosene sintética. A expectativa é a de que o barril de biocombustível (a ser usado como aditivo ao combustível tradicional) custe entre US$ 100 a US$ 150. Apesar do preço ser quase o triplo do valor atual do barril do petróleo, o biocombustível é competitivo porque atende à política da companhia aérea de buscar, no curto período, a utilização de combustíveis renováveis.

Fonte:

Os biocombustíveis na matriz energética

12/11/08 - Os biocombustíveis têm papel de imensa importância na transformação da matriz energética brasileira e mundial e sua adequação a um cenário de escassez paulatina de petróleo e necessidade de substituir fontes esgotáveis e poluentes por outras renováveis e mais limpas.

Entretanto, não se pode entender — como às vezes parecem supor os debates e o conteúdo nacional e internacional das informações sobre o tema — que o etanol e o biodiesel sejam o fiel da balança no gargalo energético da humanidade.

A bem da verdade, os combustíveis frutos do agronegócio representam um grande avanço na oferta de energia mais limpa, criação de empregos, multiplicação da renda, ingresso de divisas no Brasil e até geração de eletricidade, por meio da queima do bagaço da cana-de-açúcar. No entanto, da mesma forma que não são os “vilões” da queda da produção de alimentos, como tentaram equivocadamente sugerir alguns países e organismos multilaterais, também não significam de maneira isolada uma solução global para todo o problema. É importante analisar essa questão de modo mais lúcido, para não se perder o conceito do todo e se ignorar a complexidade e amplitude do desafio do País na área energética.

Esse olhar mais amplo implica lembrar, por exemplo, que o Brasil tem a maior reserva hídrica do Planeta e o maior potencial de geração de energia hidrelétrica. Esta continuará com expressiva e predominante participação na matriz elétrica nacional. Apenas deverá recuar dos 85% atuais para 75%, em 2015. Somente 30% do potencial hidrelétrico brasileiro economicamente viável estão em operação ou construção. Os dados, constantes do estudo "Licenciamento Ambiental de Empreendimentos Hidrelétricos no Brasil: Uma Contribuição para o Debate”, recentemente divulgado pelo Banco Mundial (Bird), demonstra que não devemos subestimar a fonte hidrelétrica.

Ao contrário, é preciso continuar incentivando os investimentos para que possamos utilizar, integralmente, a capacidade disponível. A soma da energia hidrelétrica com o etanol e o biodiesel transforma o Brasil, de fato, na potência energética do Século XXI. Nesse sentido, é necessário resolver dois entraves básicos que estão emperrando os investimentos em usinas. O primeiro deles está identificado no próprio foco do estudo do Bird, que mostra a necessidade de modernizar, agilizar e tornar mais eficazes e menos dispendiosos os processos de licenciamento ambiental. Muitas vezes, estes acabam representando até 20% dos investimentos num projeto.

O segundo obstáculo está evidenciado em outro estudo do banco, denominado “Como Revitalizar os Investimentos em Infra-estrutura no Brasil: Políticas Públicas para a Melhor Participação do Setor Privado”. Este trabalho mostra que aproximadamente US$ 164 bilhões foram investidos em projetos de infra-estrutura que envolveram a participação privada no País, durante o período 1994-2004. Entretanto, observa o relatório, “apesar do alto nível de investimento, a opinião pública está frustrada com a oferta de serviços nessa área e os formuladores de políticas mostram-se decepcionados com o financiamento privado desses projetos”.

É inegável que os brasileiros estão preocupados com a deficiência da infra-estrutura, em especial no campo da energia, pois a precariedade persistente poderá comprometer até mesmo o crescimento da economia. Ainda são muito presentes as tristes lembranças e algumas seqüelas do “apagão” de 2001. Assim, é muito pertinente atentar para as três recomendações feitas pelo Bird no sentido de viabilizar e agilizar os investimentos privados em infra-estrutura: eliminar os gargalos reguladores e as incertezas políticas ainda existentes em determinados setores; planejar concessões de infra-estrutura de modo a evitar o excesso de renegociações, garantindo ao mesmo tempo uma taxa de retorno adequada para os investidores e protegendo o bem-estar dos consumidores; e melhorar o funcionamento das agências reguladoras, para que os processos de decisão sejam coerentes e tecnicamente seguros.

Como prevêem as Parcerias Público-Privadas (PPPs), que talvez careçam das condições apontadas pelo estudo para decolar, a demanda de infra-estrutura no Brasil continua sendo imensa oportunidade de investimentos. Desse modo, simultaneamente ao desenvolvimento do etanol e do biodiesel, que estão atraindo cada vez mais o capital interno e estrangeiro, precisamos fomentar a participação privada na geração de energia hidrelétrica, removendo os obstáculos relativos à modernização e adequação da infra-estrutura.


João Guilherme Sabino Ometto
Fonte: Agroind

França pretende destravar vendas de Biocombustiveis do brasil na UE

12/11/08 - A ministra da Economia, da Indústria e do Emprego da França, Christine Lagarde, disse nesta segunda-feira, em São Paulo, que o presidente Nicolas Sarkozy deverá apresentar uma "solução" para as restrições européias aos biocombustíveis --questionadas pelos países produtores, como o Brasil. Ela disse, no entanto, que o assunto deverá ser debatido no âmbito da União Européia, e não restrito à França. "As relações entre Brasil e França sempre foram marcadas pelo selo da energia.

Agora, vocês vêm com a bioenergia. É muita energia. Mas a questão não pode ser debatida somente pela França, mas será evocada no âmbito da União Européia", disse Lagarde.

Na sexta-feira, o Brasil e mais sete países --Argentina, Colômbia, Indonésia, Malásia, Malauí, Moçambique e Serra Leoa-- enviaram um comunicado à União Européia questionando as restrições e ameaçando até mesmo entrar com uma queixa na OMC (Organização Mundial do Comércio).

A ministra francesa participa nesta segunda-feira da abertura do Encontros dos Negócios França-Brasil, com o objetivo de impulsionar o comércio entre os dois países. Segundo ela, a França quer dobrar o número de pequenas e médias empresas francesas que trabalham no Brasil, até chegar a 600 companhias. Este é também o primeiro evento de uma série de promoções dentro Ano da França no Brasil, a ser realizado em 2009. No ano passado, também ocorreu o Ano do Brasil na França.

Lagarde, que também participou da reunião do G20 no final de semana, disse não ter se decepcionado com a ausência de propostas concretas ao final do encontro para solucionar a crise financeira global. "Eu não estou decepcionada, porque nosso objetivo era fazer um trabalho de preparação para a reunião dos nossos chefes em Washington, na próxima semana. Nosso desejo era preparar e eliminar dificuldades e divergências para nossos chefes fazerem propostas sobre questões de valor e ações concretas", disse.

Na reunião, o G20 sugeriu que ocorra uma série de mudanças na estrutura dos órgãos financeiros internacionais, como o FMI (Fundo Monetário Mundial), um maior controle sobre a movimentação de investidores e mais medidas de estímulo ao crescimento econômico. Porém, em nenhum dos casos foram tomadas medidas concretas, o que se espera da reunião em Washington.

Fonte:

Agência Internacional de Energias Renováveis será lançada em Janeiro

12/11/08 - Um consórcio de governos europeus está a desenvolver a primeira Agência Internacional de Energias Renováveis, conhecida como IRENA. A Agência deverá ser uma referência global no processo de transição para as energias limpas, disponibilizando informação técnica, financeira e política aos governos de todo o mundo. Alemanha, Espanha e Dinamarca são os países líderes do projecto, que será lançado no início de 2009.

A preocupação com a redução das emissões de gases com efeitos de estufa e a criação de fontes de energia domésticas tem levado a um grande desenvolvimento das energias renováveis a nível global. Apesar da existência de várias organizações internacionais que visam facilitar a transição para a energia limpa, os líderes da IRENA consideram que nenhuma delas se dedica às necessidades locais, nacionais e internacionais tanto dos países desenvolvidos como das nações em vias de desenvolvimento.

Em Outubro, os representantes dos 51 países participantes na IRENA reuniram-se em Madrid, onde definiram que os primeiros projectos da agência deveriam ser apresentados em Janeiro de 2009, no lançamento oficial daquela organização. Actualmente, estão envolvidos na IRENA quase todos os países europeus, para além da Austrália, Argentina, Brasil, Índia, Indonésia e os Emirados Árabes Unidos.

Fonte: Portal ambiente online

Brasil pode se consolidar como líder no setor de Biocombustíveis

O crescente interesse mundial pelo uso de biocombustíveis, seja por pressões ambientais, pela segurança energética ou para gerar renda no setor agrícola, aliado à perspectiva de crescimento da frota de automóveis nos países em desenvolvimento, são oportunidades para o mercado do etanol brasileiro. A avaliação é do diretor-executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Eduardo Leão de Sousa.

"O cenário econômico mundial oferece uma oportunidade ímpar para o país se consolidar como um líder global na política de combustíveis", disse Souza ao participar hoje de um evento do Tribunal de Contas da União sobre a matriz energética brasileira.

O diretor da entidade lembrou que há perspectivas de exportações do etanol brasileiro, tanto para os Estados Unidos como para a União Européia. Segundo ele, a revisão das barreiras tarifárias impostas pelos norte-americanos já começou a ser discutida e a União Européia já pensa em estabelecer proporções de biocombustíveis a serem misturados no combustível vendido aos consumidores.

Souza destacou a necessidade de um planejamento estratégico da matriz brasileira de combustíveis, com uma clara diretriz sobre a participação do etanol. "Este é um momento extremamente importante para evitarmos políticas que não sinalizam claramente como o governo enxerga sua matriz nos próximos anos", afirmou.

Para ele, a política de combustíveis do país deve atender às expectativas dos diversos agentes diretamente envolvidos, como produtores, montadoras de veículos e consumidores. "Esse é o grande desafio que deve ser enfrentado o mais cedo possível para assegurarmos uma matriz energética mais diversificada, com menor dependência do petróleo e crescente participação de renováveis", avaliou.

Para o superintendente de planejamento e pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Florisval Rodrigues de Carvalho, que também participou do encontro, o principal desafio do setor energético é definir as fontes de financiamento da exploração do petróleo da camada pré-sal, diante do cenário econômico atual. Ele também lembrou que há limitações técnicas para a perfuração dos poços já encontrados, além de dúvidas quanto à existência de hidrocarbonetos em condições de alta pressão e temperatura.

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Da:

terça-feira, novembro 04, 2008

Conferência sobre biocombustíveis reunirá 40 países em São Paulo

Delegados de pelo menos 40 países participarão da Conferência Internacional sobre Biocombustíveis de 17 ao 21 de novembro em São Paulo, informaram fontes oficiais.

A reunião foi uma iniciativa do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, para "se desmistificar" a crença que o etanol era "o carrasco do mundo", assinalou hoje o secretário de Energia e Alta Tecnologia da Chancelaria brasileira, André Amado.

"Houve muitas distorções respeito do etanol feito com cana-de-açúcar. A verdade é que não sei quem pintou de carrasco o etanol brasileiro, se a indústria petrolífera ou a indústria alimentícia. O etanol não tem aspectos negativos", afirmou Amado em entrevista coletiva a correspondentes estrangeiros em São Paulo.

Os participantes discutirão assuntos como biocombustíveis e segurança energética, o papel deste combustível como elemento sustentável e inovador e sua relação com a mudança climática, entre outros.

Amado, que será o secretário-geral da Conferência, indicou que 40 países confirmaram o envio de delegações à reunião em São Paulo, mas se absteve de assinalar a categoria que presidirão.

Sobre a possível participação na reunião do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush; de sua colega filipina, Gloria Macapagal Arroyo, e do primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, Amado assinalou que ainda é "incerta".

Nas últimas semanas a imprensa brasileira ventilou a possibilidade de que Bush participe da reunião sobre biocombustíveis antes de juntar-se à cúpula da Apec que será realizada no próximo mês na caítal peruana Lima, mas nenhuma instância oficial confirmou essa possibilidade.

Amado ressaltou que "os biocombustíveis são a fonte alternativa de energia ´mais limpa´ do mundo" e que por essa razão "devemos discutir o etanol como uma nova alavanca para o desenvolvimento".

Acrescentou que o etanol "é a matriz energética mais barata que existe" e por isso seria uma alternativa para muitos países pobres.

"O Brasil não faz a conferência para exportar etanol, mas para exportar a idéia e nosso compromisso é compartilhar o que sabemos sobre biocombustíveis", ressaltou.

Fonte:

Da:

Cientistas americanos identificaram na Patagônia um fungo capaz de produzir hidrocarbonetos da Biomassa

O fungo poderia ser potencialmente uma nova fonte de energia limpa, segundo o artigo publicado na revista científica Microbiology. O fungo, conhecido como Gliocladium roseum, foi identificado em uma árvore ulmo (Eucryphia cordifolia) por cientistas da universidade do Estado de Montana, nos Estados Unidos.

No Brasil há relatos de ocorrencia do fungo Gliocladium roseum em solos de São paulo.

O Gliocladium roseum gera várias moléculas diferentes que produzem hidrogênio e carbono, e que são também encontradas no óleo diesel. Os cientistas trabalham agora em criar o que chamam de "mycodiesel", um combustível limpo a partir da nova descoberta.

"Este é o único organismo que demonstrou ser capaz de produzir esta combinação importante de substâncias combustíveis", disse o professor Gary Strobel, que conduziu a pesquisa.

"O fungo pode inclusive produzir estes combustíveis de diesel a partir da celulose, que poderia ser uma melhor fonte de biocombustível que qualquer uma das que se usa atualmente", opina o cientista.

Hidrocarbonetos

Muitos tipos de micróbios podem produzir hidrocarbonetos, que são compostos formados de hidrogênio e carbono. Os fungos que crescem na madeira parecem produzir uma série de compostos potencialmente explosivos.

"Quando examinamos a composição do Gliocladium roseum, ficamos totalmente surpreendidos de ver que ele estava produzindo uma variedade de hidrocarbonetos e derivados de hidrocarbonetos", disse Strobel. "Os resultados foram totalmente inesperados".

Posteriormente, quando os investigadores cultivaram o fungo em laboratório, ele foi capaz de produzir um combustível que, segundo eles, é muito similar ao óleo diesel usada em automóveis e caminhões.

Outra vantagem potencial do combustível, segundo Strobel, é que ele pode ser produzido diretamente da celulose, o principal composto das plantas e do papel.

Quando se utiliza plantas para produzir biocombustíveis, elas precisam primeiro ser processadas para depois serem convertidas em compostos úteis, como a celulose.

Mas no caso do Gliocladium roseum, ele pode produzir o "mycodiesel" diretamente da celulose."Isso significa que o fungo pode produzir combustível saltando-se um grande passo no processo de produção", diz Strobel.

BBC Brasil