quinta-feira, novembro 13, 2008

Brasil: referência em sustentabilidade

13/11/08 - Temos a matriz energética mais limpa do mundo. O etanol é uma referência em energia renovável. Fomos abençoados com a maior diversidade de fauna e flora, além da maior reserva de recursos hídricos do planeta. Estamos na vanguarda em vários segmentos de pesquisa genética. Dispomos de uma legislação ambiental avançada. A consciência ambiental cresce à medida que entidades se fortalecem, políticas públicas se consolidam e as empresas, em número crescente, incorporam o princípio da sustentabilidade.

Lógico, que nem tudo são flores.

Há o agravante da questão do desmatamento, assim como, ainda não dispomos de uma legislação eficiente sobre áreas contaminadas e temos o grande vazio causado pela ausência de uma legislação acerca da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Também existem excessos preservacionistas, seja na ação do Ministério Público, como em setores do Executivo, além do radicalismo de alguns setores sociais que “olhando a árvore, muitas vezes ignoram a floresta” e acabam prestando um desserviço à causa ambiental.

Agora, por exemplo, estamos sujando nossa matriz energética com leilões recentes de energia nova que ampliaram a oferta de energia com base termelétrica em óleo combustível, mais cara e poluente!

Todavia, nestas próximas semanas, o Brasil será palco de uma série de eventos importantes que consolidam a oportunidade de sermos referência mundial em sustentabilidade.
A realização da Fimai - Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial que acontece simultaneamente ao Seminário sobre Resíduos Sólidos, organizado pelo Cempre – Compromisso Empresarial pela Reciclagem, entre os dias 12 e 14 de novembro, abrem espaço para debates acerca de uma legislação inovadora em relação a questão de resíduos sólidos, para troca de experiências, além de servirem de vitrine para a exposição do que há de mais moderno em equipamentos no setor de gestão de resíduos. A capital paulista receberá delegações internacionais, onde oportunidades de negócios serão apresentadas, demonstrando o avanço da indústria de tratamento de resíduos e da consciência em torno da importância de uma gestão adequada, envolvendo diversos segmentos da sociedade.

Entre os dias 17 e 19 de novembro, também acontece o Seminário Internacional de Biocombustíveis, em São Paulo, em que Governo, Legislativo e empresários terão espaço para discutir a sustentabilidade econômica, social e ambiental da produção de etanol e de biodiesel. Acerta o governo brasileiro em tomar esta iniciativa, dando-lhe o devido peso, no momento em que surge a necessidade imediata de socorrer o setor sucroalcooleiro, em que poderemos definir estratégias de médio e longo prazos.

A capital catarinense sedia a Eco Power Conference – Fórum Internacional de Energia Renovável e Sustentabilidade, entre os dias 19 e 21 de novembro, com a proposta de reunir empresários, políticos e profissionais de diferentes áreas para debaterem novas formas de energias renováveis, sua inserção no sistema energético e a interação com o meio ambiente e a sustentabilidade.

Enquanto, Foz do Iguaçu (PR) recebe o Fórum de Águas das Américas, entre os dias 24 e 25 de novembro. Trata-se de uma iniciativa do Conselho Mundial da Água, que acontece a cada três anos em diferentes partes do mundo, dedicada a analisar políticas mundiais sobre a água e com o objetivo de responder à crescente preocupação global com a enorme pressão exercida pelas populações humanas sobre os recursos hídricos. Entre as prioridades apontadas pelos participantes, além de alocar mais recursos financeiros para viabilizar o acesso à água e ao saneamento básico, está à necessidade de cada país elaborar seu plano nacional de recursos hídricos, a exemplo do que vem fazendo o Brasil.

A realização deste conjunto de acontecimentos evidencia o papel de destaque que o Brasil adquiriu e que pode desempenhar no planeta. Estarei participando de cada um deles, recolhendo subsídios, conhecendo experiências internacionais e apresentando as questões legislativas afeitas a consolidação do princípio da sustentabilidade que estão sendo debatidas no Congresso Nacional. Não resta dúvida que precisamos adequar os atuais padrões de consumo e de produção sob a premissa de que os recursos naturais são escassos e esgotáveis. Pesa sobre os nossos ombros a responsabilidade de estabelecermos um novo padrão de desenvolvimento, que não seja imediatista, mas que esteja calcado na sustentabilidade ambiental, econômica e social.


Arnaldo Jardim
Fonte: BrasilAgro

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