sábado, agosto 09, 2008

Etanol de celulose deve ter incentivos nos países ricos

07/08/08 - Etanol à base de resíduos de madeira e celulose começa a ganhar adeptos nos países ricos, fenômeno que está sendo considerado como uma das novidades no mercado de madeira nas últimas décadas. Diante da controvérsia gerada pelo uso de etanol à base de milho e cereais nos países ricos, governos e investidores passam a olhar com maior atenção, e recursos, ao etanol de celulose.

Hoje, não existe nenhuma usina produzindo etanol de celulose no mundo de forma rentável. Mas um levantamento feito pela FAO e pela ONU aponta que 40 usinas estão em plena construção, com planos de começar a produção a partir de 2011. Grande parte delas - 31 - estão nos Estados Unidos, onde o governo promete incentivos e subsídios para as empresas que desenvolverem o etanol de segunda geração a partir de 2012.

Algumas estimativas apontam que a produção de etanol de celulose poderia atingir entre 50 bilhões e 100 bilhões de litros até 2020. O Canadá distribuirá nos próximos dois anos US$ 1,4 bilhão a empresários que queiram se aventurar no setor. Nos EUA, o apoio é de US$ 1 bilhão.

Na Europa, uma série de iniciativas começam a ganhar forma. A Shell, Daimler e a Volkswagen adquiriram ações da empresa Choren para a produção de 19 milhões de litros de etanol, com 65 mil toneladas de resíduos de madeira. Uma segunda usina começará a ser construída pelo mesmo grupo a partir de 2012. Na Noruega, dois projetos prometem produzir 1 milhão de metros cúbicos de etanol por ano.

Para Ed Pepke, autor do levantamento, as primeiras empresas a partir para esse novo setor serão as papeleiras, que já atuam entre o setor químico e que o de madeira. Segundo ele, já existem provas de laboratório que comprovam a eficiência do combustível tanto para veículos como para aviões.

Mas o plano dos países ricos não pára por ai. Europeus e americanos querem ampliar o uso da madeira para aquecer água e edifícios. Hoje, o comércio de biomassa feita a partir de madeira já chega a 11 milhões de toneladas, o dobro que o que foi registrado em 2003.

O maior exportador é a Alemanha, com 1,4 milhão de toneladas para a Áustria, Holanda, Bélgica e Itália. O segundo maior exportador é o Canadá, com 1,3 milhão de toneladas. Nos últimos meses, a lucratividade do setor é tão grande que os canadenses estão transportando biomassa por mais de 15 mil quilômetros até o mercado europeu.

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