Hong Kong, China, 26 Mar (Lusa) - A Geocapital está a negociar com o Governo de Cabo Verde a instalação no país de um centro de investigação, pesquisa e desenvolvimento de biocombustíveis, disse hoje à agência Lusa Jorge Ferro Ribeiro, accionista da holding com sede em Macau.
Com interesses no sector financeiro de Cabo Verde e projectos de desenvolvimento de produção de biocombustíveis na Guiné-Bissau e Moçambique, a Geocapital quer aproveitar a experiência cabo-verdiana na produção de Pinhão Manso - Jatropha curcas , a espécie vegetal que vai utilizar em África para produzir combustíveis verdes.
Ferro Ribeiro explicou que o centro de investigação tem "como ponto de referência histórica um dado que não é muito divulgado, mas que é de grande interesse", que é o facto de Cabo Verde ter sido no início do século passado um grande produtor e exportador de jatrofa para França e Portugal.
"Já nessa altura o óleo de jatrofa era utilizado como energia alternativa e fazia a iluminação pública de importantes zonas urbanas em Portugal", disse.
O investidor salientou também que actualmente existem ainda produções de jatrofa em Cabo Verde, o que "reforça a razão" da parceria que será complementar a um acordo de cooperação que a Geocapital assinou em Lisboa com o Instituto de Investigação Científica Tropical também para a investigação relacionada com a produção de biocombustíveis.
Criada em Macau para "potenciar" o contexto económico e comercial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Oficial Portuguesa, através da actual Região Administrativa Especial da China, a Geocapital tem uma "presença muito forte e relevante" nos países de expressão portuguesa e "está a estudar um investimento na área financeira em Timor-Leste", disse Ferro Ribeiro.
Ainda na área dos biocombustíveis com recurso ao aproveitamento da jatrofa, Jorge Ferro Ribeiro, parceiro do magnata Stanley Ho na Geocapital, explicou à Lusa que a plantação desta espécie vegetal na Guiné-Bissau e em Moçambique deverá ser iniciada no final de 2009 ou início de 2010, acção que permitirá iniciar a produção de biocombustível "em dois ou três anos".
O projecto de produção nos dois países africanos segue uma filosofia de manter "em cada país toda a cadeia de valor do programa" que implicará a "construção e unidades industriais de refinação" adaptadas à dimensão das plantações que serão concretizadas, concluiu Ferro Ribeiro.
JCS.
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sexta-feira, março 27, 2009
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