terça-feira, dezembro 23, 2008
terça-feira, dezembro 09, 2008
Cartilha: Herança Global - mudanças que o aquecimento global reserva
A cartilha é nteressante para usadaa como ferramenta de educação ambiental. Os interessados em utilizá-la para algum fim educativo ou comercial devem entrar em contato com a autora pelo email julia.al@gmail.com.
Veja a cartilha clicando aqui
Fonte
Etanol e biodiesel, heróis ou vilões?
Com a crise dos alimentos em 2008, governantes e empresários de várias partes do mundo relacionaram a expansão dos biocombustíveis com a alta no preço da comida. Como o mercado de energia abriga múltiplos interesses, dá para desconfiar das críticas. Mas até que ponto elas são pertinentes?
Em 2006, a produção mundial de etanol foi de 40 bilhões de litros e a de biodiesel, de 6,5 bilhões. Os EUA defendem seu etanol de milho ao afirmar que só 3% da inflação dos cereais é causada pelos biocombustíveis. Para a ONU, os biocombustíveis respondem por 10% da alta de preço da comida, e, para o Banco Mundial, por 75%.
Ao lado dessa polêmica, cresce o consenso de que biocombustível não é sempre igual. O impacto sobre o preço dos alimentos é bem diferente quando se considera o álcool combustível brasileiro, feito da cana, o etanol norte-americano, fabricadocom milho, e o biodiesel europeu, feito de grãos como o trigo. Nessa disputa, nosso país está bem posicionado.
OS GIGANTES DO ETANOL
Distribuição da produção mundial de etanol - 2007
Produção concentrada
Brasil e EUA concentram a produção de etanol. Os especialistas consideram que o etanol de cana, feito no Brasil, não ameaça a produção de alimentos. Já o etanol de milho exige que se desvie parte do cereal que iria para a mesa de milhões de pessoas,nos EUA e no México, onde o milho é a base da alimentação popular.
A EUROPA DOMINA O BIODIESEL
Distribuição da produção mundial de biodiesel, em 2006
CRESCE A PRODUÇÃO DE ETANOL
Milhares de toneladas equivalentes de petróleo
Açúcar versus grãos
Compare este gráfico com o dos preços dos grupos de alimentos, na matéria O mundo vive rebeliões por fome. Repare como são diferentes as dinâmicas dos preços do açúcar e dos grãos (veja os gráficos na matéria Por que sobe o preço dos cereais). Enquanto os grãos subiram com os combustíveis, o açúcar se comporta de maneira mais livre.
A INFLUÊNCIA DO PETRÓLEO
Variação nominal da cotação do petróleo, em média, em dólar, e dos preços dos amimentos
Comida no prato ou no motor?
A partir de 2005, os biocombustíveis feitos com grãos tornaram-se importantes para os países ricos. Lester Brown, fundador do Worldwatch Institute, prevê que daqui para a frente o preço da comida e o do petróleo estarão amarrados. Para ele, sempre que a cotação da comida for menor que a do combustível, os grãos e os recursos naturais seguirão para o setor energético.
COMPARE OS ETANÓIS
Vantagens da cana
Para a ONG Oxfam, a política de biocombustíveis dos países ricos pouco tem a ver com questões ambientais ou de segurança alimentar, como alegam seus governos, mas, sim, com sua disputa por mercados. Como prova, a entidade cita as tarifas sobre o etanol do Brasil, cujo objetivo real é proteger as próprias produções.
Do: Guia do Estudante - Atualidades e Vestibular 2009
Fonte:
Vacas menos poluentes
É difícil de imaginar, mas é verdade. Apesar da aparência pacata e bucólica, as vacas também são responsáveis pelo efeito estufa e o aquecimento global. Durante o processo digestivo do animal, ele emite gás metano, que é cerca de 20 vezes mais potente que o dióxido de carbono (CO2). Estima-se que 16% da poluição mundial seja proveniente da pecuária. Mas os bovinos não são os únicos vilões. Cabras, ovelhas e búfalos também causam o mesmo problema.
Diferente do ser humano, os animais ruminantes têm quatro estômagos. Os dois primeiros são o rúmen e o retículo, onde o bolo alimentar se mistura continuamente. Dentro deles, há uma concentração enorme de microorganismos (bactérias, protozoários e fungos). Como todo esse processo de fermentação dos alimentos é anaeróbico (sem presença de ar), o gás metano é produzido e acaba sendo expelido pelo animal. Uma vaca pode liberar de 150 a 500 litros de gás por dia, dependendo de sua espécie e finalidade. “O problema não está na digestão das vacas. Mas, sim, no aumento exorbitante do rebanho mundial para suprir a demanda por alimentos e outros produtos”, afirma o professor alemão Michael Kreuzer, especialista em alimentação animal, do ETH Zürich - Instituto de Ciências Animais da Escola Politécnica de Zurique.
Kreuzer estuda o assunto há mais de 20 anos. Em seus últimos experimentos, o especialista alemão constatou que, ao adicionar substâncias provenientes de plantas tropicais na dieta alimentar do animal, é possível diminuir a emissão de metano. Foram testados três tipos de aditivos alimentares. Primeiramente, gordura de coco, linhaça e de sementes de girassol. Essas substâncias conseguem inibir a proliferação de um microorganismo no rúmen, responsável pela produção do metano. Na segunda fase da pesquisa, foram testados saponinas (encontradas nos frutos do jequiriti ou quilaia) e tanino (originário de alguns tipos de acácia). “Os resultados mostraram diminuição do metano em até 20%”, revela Kreuzer. Para comprovar esses valores, a equipe do ETH colocou vacas e ovelhas dentro de uma câmara de vidro, alimentou-as durante dois dias e ficou monitorando a emissão de gases.
Os cientistas também sabem que vacas alimentadas exclusivamente com ração produzem um terço do metano do que as que comem em pastos. “O metano se origina, principalmente, da digestão da celulose dos alimentos verdes”, explica o professor do ETH. Entretanto, além do capim e feno serem bem mais baratos e saudáveis, se pecuaristas decidissem utilizar somente ração, o dano para o meio ambiente seria igualmente ruim.
Encontrar soluções “naturais” para o problema é o ideal, já que essas alternativas dificilmente afetam a qualidade nutricional e o gosto do leite e da carne. As leis européias proíbem o uso de antibióticos para reprimir a formação de metano (prática largamente utilizada em muitos países) e a injeção de microorganismos modificados geneticamente no rúmen.
Entretanto, para tornar a ingestão dos aditivos alimentares de plantas tropicais uma alternativa comercialmente viável, seria necessário que a produção dessas substâncias fosse realizada nos países de origem, já que atualmente elas ainda são raras e caras. Durante as pesquisas, elas foram adicionadas na alimentação dos animais em forma de pó.
PARCERIA BRASILEIRA
A pesquisa realizada pelo ETH Zürich conta com colaboradores essenciais para o sucesso do projeto: parcerias com universidades de vários países em desenvolvimento, como Colômbia, Peru, Brasil, Bolívia, Quênia, Etiópia, Indonésia e outros. Com isso, garante-se que pesquisadores façam um trabalho conjunto em diversas áreas. O objetivo do ETH Zürich é fomentar a pesquisa nesses lugares e encontrar soluções baratas e simples, que possam ajudar a economia local e o meio ambiente. “Queremos auxiliar os países que realmente necessitam”, diz Kreuzer.
O Brasil possui o maior rebanho comercial de bovinos do mundo. Segundo o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2007, o país tinha 192 milhões de cabeças, sendo 89% bovinos, 7% ovinos, 3,5% caprinos e 0,5% bubalinos. Desde 2002, o CENA/USP - Centro de Energia Nuclear na Agricultura tem uma parceria com o ETH Zürich, financiada pela AIEA - Agência Internacional de Energia Atômica. “Estamos pesquisando a utilização de plantas taniníferas brasileiras na manipulação dos microorganismos ruminais e mitigação de metano entérico”, explica Adibe Abdalla, professor do CENA. “Nas câmaras para quantificação de metano in vivo, tivemos resultados promissores com a planta Sansão do Campo (mimosa caesalpiniaefolia), adicionada à dieta de ovinos da raça Santa Inês, com uma redução de cerca de 17% na liberação do gás”, comemora Abdalla.
Os pesquisadores do CENA também estão investigando a eficácia de resíduos (co-produtos), obtidos após a extração do óleo das sementes do algodão, do pinhão manso e do girassol, utilizados para a produção de biodiesel. As chamadas “tortas” desses resíduos melhoram a qualidade da dieta dos animais e reduzem a emissão do metano em cerca de 6%.
Outro instituto brasileiro que desenvolve estudos nessa área é a Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Além de pesquisar novos tipos e a melhora da qualidade de forragens (alimentos), existe um projeto de longo prazo para produzir vacinas para controlar os microorganismos produtores de metano (metanogênicos).
Em todo o mundo cientistas se debruçam sobre o tema e realizam novas experiências. No Reino Unido, por exemplo, o professor Athole Marshall, do IGER - Institute of Grassland and Environmental Research, da Aberystwyth University, está conduzindo uma pesquisa com uma espécie de trevo, o birdsfoot trefoil (lotus corniculatus). “Estamos interessados no birdsfoot trefoil porque ele tem tanino, o que protege a proteína no rúmen e evita o inchaço do animal”, afirma Marshall. Ainda está sendo analisada a quantidade ideal de tanino para as vacas. Outro desafio dos pesquisadores ingleses é a escassez da planta no país. Além de não ser encontrada em grandes quantidades, quando plantada junto ao capim, ela acaba desaparecendo após uns dois anos.
Já na Nova Zelândia, outro lugar onde o tema é realmente levado à sério, o governo criou um órgão específico – Ministério do Meio Ambiente - responsável por achar alternativas e criar leis para conter a emissão dos chamados greenhouse gases. Quando o problema foi levado à tona, anos atrás, cogitou-se taxar os pecuaristas neozelandeses, um dos maiores exportadores mundiais, pela produção de metano pelos seus rebanhos. Os produtores disseram “não” e fizeram uma contra-proposta. Em vez de pagar taxas, financiariam pesquisas. É o que vem sendo feito. Recentemente foi divulgado o desenvolvimento de uma espécie de grama, geneticamene modificada, que é digerida mais facilmente pelas vacas e, consequentemente, libera menos gás metano. O novo capim ainda está em fase de testes.
METANO TRANSFORMADO
Algumas empresas privadas estão investindo em novas maneiras - criativas e lucrativas, para dar fim ao metano. A sueca Svensk Biogás é uma delas. Ela utiliza carnes - que seriam incineradas ou então jogadas no lixo pelos abatedouros - para produzir biogás. O metano é retirado de restos de estômago, intestino, rim, fígado e até do sangue dos bovinos, através de um processo de fermentação. Depois de tratado – filtrado com água e removido o máximo possível de CO2, o gás pode ser utilizado como combustível em carros, táxis, caminhões e, inclusive, trens. Segundo a empresa, Amanda é o primeiro trem do mundo movido somente a biogás. O produto da Svensk também é usado na frota de ônibus da cidade, Linkoping, onde fica a sede da companhia.
Além de carne de vaca, também são utilizadas sobras de porcos e galinhas. São 54 mil toneladas de dejetos transformados em cinco milhões de metros cúbicos de biogás por ano.
Outro projeto pioneiro vem de uma fazenda em Fresno, na Califórnia. O metano está sendo retirado de esterco de gado e transformado em gás. The Vintage Dairy Biogas Project virou realidade graças ao sonho e esforço do pecuarista David Albers e uma parceria estratégica com a empresa Pacific Gas and Electric, que compra e distribui o gás. Albers espera produzir gás suficiente para abastecer 1200 casas por dia.
Fonte:
Leia também: A poluição que vem da mata
Bife aguado
Mão amarela
UE consegue acordo para que 20% da energia seja renovável em 2020
A decisão foi adotada em reunião entre representantes do Conselho Europeu, da Comissão Européia e do Parlamento Europeu que concluiu hoje, dentro da intensa série de negociações prévias que buscam definir no possível um acordo diante da cúpula da quinta e sexta-feira próximas.
O acordo estabelece que os 27 países da UE terão objetivos nacionais vinculativos para conseguir esse 20% no conjunto do bloco, assim como planos de ação detalhados para alcançar esse fim.
A Comissão Européia terá poderes para fazer um acompanhamento do cumprimento desses planos nacionais e lançar procedimentos de infração contra os países que não cumprirem.
A cláusula de revisão de 2014 não afetará os objetivos nem os planos nacionais.
Estabelece também que 10% do combustível do transporte procederá de biocombustíveis renováveis.
Dentro desses 10%, não haverá uma cota mínima obrigatória para biocombustíveis de segunda geração, hidrogênio ou eletricidade, mas está previsto um sistema de bonificação para incentivar a utilização destes.
O acordo coloca a energia renovável no topo das medidas energéticas da Europa, criará até 2 milhões de novos empregos e garantirá a liderança da UE em tecnologias de vanguarda, disse o eurodeputado Claude Turmes, em comunicado.
Fonte:
Da Agência
"O ambientalismo morreu"
QUEM É: Presidente e estrategista político da organização ambientalista The Breakthrough Institute (algo como Instituto da Ruptura)
O QUE FEZ: Trabalhou para grandes fundações americanas, como o Sierra Club. Sua tese de mestrado em Antropologia pela Universidade da Califórnia foi sobre os conflitos de terra no Maranhão. Foi escolhido pela revista Time como um herói do meio ambiente
O QUE PUBLICOU: The Breakthrough: from the Death of Environmentalism to the Politics of Possibilities (A Ruptura: da Morte do Ambientalismo à Política das Possibilidades, em uma tradução livre)
ÉPOCA - Por que o senhor diz que o ambientalismo morreu?
Michael Shellenberger - O ambientalismo foi fundado sobre uma visão de que os humanos são intrusos na natureza. E de que a ação humana é uma contaminação. A solução óbvia seria limitar a poluição e a invasão humana. Funcionou bem para problemas pequenos e localizados, como a poluição do ar e das águas. Mas, quando enfrentamos um desafio como o aquecimento global, essa política de limitação não funciona. É preciso uma política de possibilidades, algo voltado para impulsionar as grandes aspirações humanas, algo voltado para o investimento e para a criação de uma nova economia. Algo como usar o consumo e a produção como ampliadores da capacidade humana, sem atacar o meio ambiente. E isso só será possível com fontes limpas de energia.
ÉPOCA - Qual é o problema do discurso ambiental de hoje?
Shellenberger - É importante apresentar o problema e a solução. O que o ambientalismo faz é descrever o pesadelo do aquecimento global. O movimento ecológico de hoje raramente descreve o sonho de uma economia baseada em energias limpas, num mundo onde 6,5 bilhões de pessoas podem viver prosperamente. Precisamos articular uma visão inspiradora do futuro. Se fizermos isso, seremos capazes de mobilizar uma ação coletiva para concretizar os investimentos que precisam ser feitos. Essa visão positiva, porém, não é suficiente.
ÉPOCA - Por quê?
Shellenberger - Porque os líderes ambientalistas vêem o aquecimento global como um problema de poluição similar aos do passado. No combate à chuva ácida nos Estados Unidos, foi permitido às empresas que trocassem entre si a permissão para emitir certos níveis de poluição. Mas esse modelo é restrito para enfrentar as mudanças climáticas. Elas exigem uma transformação tecnológica bem mais cara.
ÉPOCA - Que tipo de transformação?
Shellenberger - Transformações tecnológicas que nos possibilitem adotar fontes limpas de energia, mais caras que os combustíveis fósseis. Não é sensato esperar que os governos taxem os combustíveis fósseis para os consumidores procurarem as fontes de energia limpa. Politicamente, essa abordagem não vai dar certo. Especialmente durante a crise econômica. O que funcionaria seriam grandes investimentos estatais em tecnologia, infra-estrutura e educação. Os governos tradicionalmente gastam dinheiro nas recessões para estimular a economia. Agora, esse investimento deve ser feito em tecnologia para baratear energia limpa. Defendemos um portfolio de investimento em diferentes tecnologias. Pode variar da captura e do armazenamento de carbono à energia solar ou à construção de linhas de transmissão para trazer energia de lugares onde venta muito para as áreas urbanas. Há também os biocombustíveis e a energia geotérmica. Todas essas fontes de energia exigiram apoio governamental.
ÉPOCA - Qual seria o papel de economias emergentes, como o Brasil?
Shellenberger - Os países mais ricos, incluindo os EUA e os europeus, deveriam ceder US$ 100 bilhões por ano. Esse dinheiro seria investido nos países desenvolvidos e nas economias emergentes. Poderia ser usado para construir centros de captura e armazenamento de carbono na Índia ou para carros elétricos na China.
ÉPOCA - Não seria ingenuidade esperar por essa mobilização internacional?
Shellenberger - Não necessariamente. As pessoas não se dão conta, mas os EUA investiram bilhões de dólares para reconstruir a Europa após a Segunda Guerra Mundial. Eles formaram uma aliança chamada Comunidade Européia do Carvão e Aço. Essa parceria foi o embrião da União Européia e contou com investimentos centrados em energia e infra-estrutura, assim como propomos. É preciso centrar os investimentos num grupo de cerca de 20 países, com aproximadamente 80% das emissões no mundo. Isso é mais produtivo que buscar um acordo global entre mais de cem países.
ÉPOCA - E como os investimentos podem baratear as energias limpas?
Shellenberger - É só ver o que aconteceu com os chips de computador. No fim dos anos 50, cada chip custava US$ 1.000. Depois que o Ministério da Defesa investiu pesado em sua produção, o preço despencou para US$ 20. Isso pode ser feito agora com tecnologias energéticas. Devemos criar tecnologias e fazer parcerias com países como a China para produzir essa tecnologia de forma barata. Também apoiamos o Brasil, capaz de produzir etanol de cana-de-açúcar de uma maneira muito barata.
ÉPOCA - Com a economia mundial em recessão, o senhor acredita que projetos ambientais ficarão em segundo plano?
Shellenberger - Tenho uma visão particular sobre a crise e suas conseqüências. Durante a recessão, ninguém vai aumentar o preço da eletricidade. Na crise, político nenhum vai tomar a impopular medida de encarecer os combustíveis. As crises são grandes momentos para gastos governamentais, com o objetivo de estimular a economia e os novos investimentos privados.
"É preciso centrar os investimentos nos 20 países que concentram 80% das emissões. Isso é mais produtivo que buscar um acordo global"
ÉPOCA - E como essa transição para energia limpa pode ser feita agora?
Shellenberger - Algumas coisas devem ser feitas, pelo menos aqui nos EUA. A primeira seria construir redes de transmissão de energia eólica de áreas com vento para as cidades. A segunda seria subsidiar a produção de carros elétricos. Isso nos daria mais independência do petróleo estrangeiro, que, além de caro, nos deixa vulneráveis em termos de segurança internacional. A terceira medida seria educar e treinar uma nova geração de engenheiros e cientistas para essa revolução tecnológica. Propomos um plano que consumiria cerca de US$ 10 bilhões em pesquisas, bolsas de estudos, estágios e treinamentos. Deveríamos também construir parcerias com economias emergentes e pulsantes, como Índia e China, para nos afastarmos do carvão e adotarmos o gás natural ou outras fontes limpas de energia.
ÉPOCA - Qual seria o papel do Brasil?
Shellenberger - Deveria ser feita uma parceria para destinar grandes investimentos para o país em diversos setores da economia em troca da conservação da Amazônia. Como o Brasil deverá sacrificar o crescimento econômico que a exploração da floresta traria, ele deve ser compensado por isso. Essa compensação deveria ser feita em investimentos na economia. Uma coisa em que o Brasil se destaca são os biocombustíveis, principalmente o etanol. A questão é se o Brasil pode ajudar outros países com seu etanol, inclusive os EUA. Além disso, a indústria brasileira é muito avançada. O Brasil poderia produzir maciçamente painéis solares, turbinas de vento e outras tecnologias de produção de energia limpa. Finalmente, são perceptíveis os investimentos estatais brasileiros em ciência e educação. Sugiro um consórcio global para investimentos em ciência e engenharia - e o Brasil seria um importante líder nesse grupo.
ÉPOCA - É possível frear o desmatamento da Amazônia?
Shellenberger - É um dos maiores desafios ecológicos do mundo. As queimadas e os desmatamentos emitem grandes quantidades de carbono. O Brasil ocupa um papel único: deseja conservar a Amazônia para as próximas gerações, mas também quer ser uma potência agrícola e econômica. O desafio de equilibrar esses dois desejos proporciona um estudo de caso extraordinário.
Fonte : ÉPOCA
sexta-feira, dezembro 05, 2008
UE destrava caminho para biocombustíveis
A briga envolvia a meta obrigatória proposta pela Comissão Européia de uso de 10% de energia renovável nos transportes até 2020 para combater o aquecimento global. Grande parte disso deve vir de etanol e biodiesel, criando um amplo mercado que deve ser atendido por exportadores como o Brasil.
Mantida a meta, vem a exigência de critérios de sustentabilidade para etanol e biodiesel, que pode se transformar em uma "armadilha ecológica". Dai a importância do acordo, já que os critérios propostos pelo Parlamento Europeu eram tão restritivos que a produção de etanol só seria possível no deserto, pelos cálculos brasileiros.
Parlamentares queriam reduzir a parte de biocombustíveis e atribuir uma fatia maior da meta para a promoção de energia eólica e solar, entre outras. Mas na quinta-feira, enfim, as três grandes instituições do bloco - Comissão Européia (braço executivo da UE), Conselho (que reúne os governos), e Parlamento - chegaram a outro compromisso.
"Pelas informações de que dispomos, os resultados foram muito satisfatórios para os interesses do Brasil e de outros países em desenvolvimento", afirmou o embaixador brasileiro junto à UE, Ricardo Neiva Tavares. Já o deputado Claude Turmes, negociador pelo Parlamento Europeu, disse que o percentual de 10% para os biocombustíveis foi "seriamente minado", e que o "futuro dos carros será elétrico na Europa".
Na verdade, o Parlamento chegou a propor acabar com a meta para uso de biocombustíveis, e depois tentou limitá-la a 6%. A novidade no acordo de quinta-feira é que nada disso prosperou. Foi mantida a meta de 10% de energia renovável, sem meta determinada para etanol. Ainda assim, a primeira grande ameaça contra o produto foi superada.
Energia renovável usada em trens será levada em conta, mas isso representa menos de 1%. E o espaço para etanol e biodiesel só será reduzido se as montadoras de fato conseguirem produzir um carro elétrico competitivo, o que na situação atual parece distante.
Ambientalistas tinham aberto uma guerra contra o etanol e o biodiesel também por causa do impacto sobre o uso da terra, apontando os produtos como culpados pela explosão do preço de alimentos e desmatamento de florestas.
Mas as emendas do Parlamento para restringir o uso da terra na produção do etanol no cerrado brasileiro, por exemplo, também foram excluídas do texto final. Está valendo a restrição original da Comissão Européia, de não produção de etanol nas áreas úmidas e florestais, para que ele seja considerado sustentável.
Só que aí também houve mudanças comemoradas pelo Brasil. A proposta do Parlamento sobre definição de floresta para produção sustentável de etanol era de área com 10% de cobertura de árvores. Em área com mais de 10%, a produção deveria ser proibida.
Esse conceito foi rejeitado. Prevaleceu a definição da Comissão Européia, que considera floresta tudo que tem pelo menos 30% de árvores com mais de cinco metros. Essa restrição não é considerada muito preocupante para o Brasil, porque vegetação com densidade maior não passaria em outro critério.
Para serem enquadrados nas exigências de sustentabilidade e combate ao aquecimento, os biocombustíveis têm de garantir um mínimo de redução de efeito de gases estufa. Assim, a exigência estabelecida é que o álcool tem de reduzir as emissões em 35% ou mais quando comparado à gasolina, passando para 50% em 2017. As fábricas novas que entrarem em operação a partir de 2018 terão de reduzir as emissões em 60%.
Para o etanol brasileiro, é algo tranqüilo, pois no mínimo o produto reduz as emissões em 70% - o percentual pode chegar a 90% -, segundo especialistas. A situação muda para o biodiesel de soja.
Outra preocupação envolvia restrições sobre mudança de uso da terra para biodiversidade. O Parlamento queria deixar em aberto a possibilidade de incluir novas exigências. Agora, a redação final veta a produção de etanol em áreas de de alto valor para biodiversidade, como florestas primárias, pradarias e parques nacionais.
Ponto igualmente sensível e combatido pelo Brasil envolvia o efeito indireto do biocombustível por mudanças no uso da terra. Alguns deputados europeus consideram que a produção de etanol no Nordeste brasileiro, por exemplo, escasseia a terra para produzir alimentos e leva agricultores a desmatar a Amazônia. Dessa forma, o cálculo da eficiência ambiental do etanol importado do Brasil teria que incluir o volume de emissões de gases estufa no desmatamento da Amazônia, mesmo se não foi para produzir biocombustível.
Agora, foi aprovada uma sugestão para que a Comissão Européia apresente um relatório em 2010 primeiro analisando se o problema é importante e como lidar come ele, sem pré-julgamentos.
Com relação a critérios sociais na produção de biocombustíveis, o Parlamento queria introduzir uma lista enorme de exigências. O acordo podou boa parte. Sobraram duas exigências. Uma da Comissão Européia, que vai ter de analisar o impacto da produção de biocombustíveis - posse da terra, preços dos alimentos, condições de trabalho - a cada dois anos tanto nos países exportadores como nos países-membros do próprio bloco.
Nesse caso, o relatório deve indicar se os países exportadores ratificaram as principais convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Só uma o Brasil não ratificou, sobre unicidade sindical. A Constituição brasileira estabelece que um município só pode ter um sindicato para uma categoria.
A Comissão Européia também deve relatar o impacto dos biocombustíveis em outros aspectos ambientais - água, solos e poluição do ar, queimada de canaviais na região etc. Para os brasileiros, isso é inofensivo comparado ao que os ambientalistas queriam.
Em contrapartida, o segundo relatório detalhado sobre critérios sociais deve vir dos produtores do combustível. Uma usina de álcool em Sao Paulo vai ter de explicar ponto por ponto se respeita - e como - as condições de trabalho. Resta uma cláusula atenuante, pela qual a Comissão Européia pode determinar quais informações são realmente relevantes.
Por um acordo na Rodada Doha, o Brasil terá entre 4% e 10% do mercado de etanol europeu ao longo de sete anos. Com regras claras de sustentabilidade, fica difícil para a UE dar com uma mão (as cotas) e tirar com a outra (por meio de exigências duras). Atualmente, o Brasil já tem 70% do mercado do velho continente. Com critérios de sustentabilidade considerados equilibrados, a tendência é de o comércio ter previsibilidade.
O diálogo do Brasil com a Comissão Européia é bom, comparado às dificuldades com o Parlamento. Uma recente reação do Brasil e outros seis países, que chegaram a ameaçar denunciar a UE na Organização Mundial do Comércio (OMC), teve efeito no acordo final, acreditam técnicos.
Na prática, as duas diretivas européias - de energias renováveis e qualidade de carburantes - são centrais para o desenvolvimento da política européia para o biocombustível e para o projeto do Brasil de tornar o etanol uma commodity global. O problema agora é nos Estados Unidos, com os planos da futura administração de Barack Obama de supostamente reduzir os subsídios para a produção americana.
Fonte:
quinta-feira, novembro 27, 2008
A crise e a revolução verde
Deixemos de lado os argumentos habituais: que o conhecimento científico sobre as mudanças climáticas é claro, que o problema se agravará se não agirmos, que combater o aquecimento global é um imperativo moral. Em vez disso, procuremos argumentar em termos de pragmatismo econômico.
O crescimento mundial está mais lento. Os orçamentos estão mais limitados. É provável que tenhamos menos recursos para resolver uma lista cada vez mais longa de problemas. Que medidas podemos tomar para criar empregos e incentivar o crescimento? Como garantir o abastecimento energético a preços viáveis? Que devemos fazer para proteger o sistema financeiro mundial para que os povos de todos os países possam colher os benefícios do desenvolvimento e viver com estabilidade?
A resposta é encontrar soluções comuns para os graves desafios que enfrentamos. E no caso dos dois mais graves - a crise financeira e as mudanças climáticas - a resposta é a economia verde. Se nosso estilo de vida está ameaçado, temos que nos adaptar. Os cientistas concordam: precisamos de uma revolução energética, uma transformação no tipo de energia que utilizamos. Os economistas também estão de acordo: o setor onde se registra um crescimento mais rápido é o das energias renováveis.
Os filósofos pragmáticos nos lembram que o amanhã começa hoje. Sim, a crise financeira possui uma importância fundamental. Mas enfrentaremos um desafio igualmente importante no começo de dezembro, quando os países se reunirão em Poznan, na Polônia, para o próximo ciclo de negociações sobre a Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O seu objetivo é preparar o terreno para um importante acordo em Copenhague, em dezembro do próximo ano, quando os líderes mundiais se reunirão para negociar um acordo sobre mudanças climáticas que todos os países possam adotar.
Mas os desejos não se traduzem automaticamente em atos. Mas sejamos claros: é isso que as pessoas, as empresas, os investidores e os governos querem. De fato, isso já está acontecendo. O Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) calcula que o investimento mundial em energias que não geram gases do efeito estufa atingirá US$ 1,9 bilhão em 2020. No mundo inteiro, há quase dois milhões de pessoas empregadas nas novas indústrias de energia eólica e solar, metade delas na China. O programa de biocombustíveis do Brasil vem criando quase um milhão de empregos por ano. Na Alemanha, o investimento em tecnologias ambientais deverá quadruplicar nos próximos anos, atingindo 16% da produção da indústria transformadora em 2030, e empregando mais trabalhadores do que a indústria automobilística.
Não é necessário esperar que as novas tecnologias cheguem, nem nos preocupar excessivamente com os custos de ação. Alguns estudos revelam que os Estados Unidos poderiam reduzir as emissões de carbono por um custo baixo ou nulo, utilizando os conhecimentos existentes. Podemos nos inspirar no caso da Dinamarca, que realizou grandes investimentos no crescimento verde. Desde 1980, o seu PIB aumentou 78%, tendo-se apenas registrado aumentos mínimos no consumo de energia. A Polônia conseguiu reduzir suas emissões em um terço nos últimos 17 anos, enquanto a sua economia se expandia. Para as empresas, este tipo de poupança traduz-se em lucros. Hoje as empresas européias do setor das tecnologias verdes estão usufruindo de vantagens consideráveis por terem sido as primeiras no mercado, representando um terço deste mercado.
Com as políticas certas e com incentivos financeiros, podemos ter crescimento econômico com baixo nível de emissões de carbono. Com as políticas e os incentivos certos, podemos garantir que os países desenvolvidos e em desenvolvimento contribuam para a causa da luta contra o aquecimento global, usando seus próprios métodos, sem comprometer o direito de cada país ao desenvolvimento e ao bem-estar econômico dos seus cidadãos.
Os empresários com visão mais clara sabem disso. Essa é uma das razões pelas quais exigem políticas claras e coerentes em matéria de mudanças climáticas - políticas mundiais para um problema mundial. Em Poznan e, posteriormente, em Copenhague, algumas pessoas procurarão obter limites rigorosos para as emissões. Outras preferirão metas voluntárias. Muitas pedirão políticas destinadas a reduzir o desmatamento, que é responsável por cerca de um quinto das emissões de gases do efeito estufa. O investimento de US$ 17 a US$ 39 bilhões por ano seria suficiente para reduzir esta quantidade pela metade e incentivaria a criação de empregos relacionados com a proteção do meio ambiente em países tropicais como a Indonésia.
Infelizmente, não podemos escolher. Necessitamos de todas estas abordagens. Mais ainda, precisamos de liderança - uma liderança esclarecida - e de uma visão mundial acompanhada de ação. A atual crise financeira é um alerta. Requer idéias novas. Exige soluções inovadoras que levem em consideração os grandes desafios que enfrentamos como comunidade global. Não é um convite para adiar o que é necessário fazer para garantir nosso futuro. Não há mais tempo a perder.
Ban Ki-moon, Susilo Bambang Yudhoyono, Donald Tusk, Anders Fogh Rasmussen
Fonte: Valor Econômico
O Inmetro e a certificação
O avanço do projeto PBCB – Programa Brasileiro de Certificação de Biocombustíveis – tem como escopo contribuir para a transposição de possíveis barreiras técnicas ao biocombustível brasileiro; viabilizar o comércio exterior e o acesso a novos mercados; incrementar a melhoria constante de sua qualidade; diminuir o impacto socioambiental provocado pelo processo produtivo; tornar o etanol e o biodiesel brasileiros mais competitivos e ainda valorizar a imagem do biocombustível nos mercados interno e externo. Visa-se, também, possibilitar que o programa seja replicado em outros países emergentes, que necessitem demonstrar a sua sustentabilidade, fator sine qua non para multiplicar a oferta e demanda mundial e a decorrente transformação do etanol em commodity internacional.
Destarte, o Inmetro estabelece como escopo proeminente a elaboração dos Regulamentos de Avaliação da Conformidade para o Etanol e o Biodiesel, com efetiva participação do segmento produtivo, instituições ministeriais, organismos regulamentadores, área acadêmica e associações de exportadores.
Os dispositivos formais do Regulamento de Avaliação da Conformidade para Etanol prevê normas, critérios e indicadores relacionados às áreas social, ambiental, trabalhista e de produção. São ainda requeridos para as usinas critérios mínimos contidos nas Normas Brasileiras de Regulamentação (NBR ISO 9001, 14001 e 16001), da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Nesta direção, haverá ainda uma etiqueta assinalando o índice de diminuição das emissões de gases causadores do “efeito estufa”, sobretudo no que tange aos combustíveis fósseis.
Wilibaldo de Sousa Junior
Fonte: Diário da Manhã - Goiânia/G
quinta-feira, novembro 13, 2008
Brasil: referência em sustentabilidade
Lógico, que nem tudo são flores.
Há o agravante da questão do desmatamento, assim como, ainda não dispomos de uma legislação eficiente sobre áreas contaminadas e temos o grande vazio causado pela ausência de uma legislação acerca da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Também existem excessos preservacionistas, seja na ação do Ministério Público, como em setores do Executivo, além do radicalismo de alguns setores sociais que “olhando a árvore, muitas vezes ignoram a floresta” e acabam prestando um desserviço à causa ambiental.
Agora, por exemplo, estamos sujando nossa matriz energética com leilões recentes de energia nova que ampliaram a oferta de energia com base termelétrica em óleo combustível, mais cara e poluente!
Todavia, nestas próximas semanas, o Brasil será palco de uma série de eventos importantes que consolidam a oportunidade de sermos referência mundial em sustentabilidade.
A realização da Fimai - Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial que acontece simultaneamente ao Seminário sobre Resíduos Sólidos, organizado pelo Cempre – Compromisso Empresarial pela Reciclagem, entre os dias 12 e 14 de novembro, abrem espaço para debates acerca de uma legislação inovadora em relação a questão de resíduos sólidos, para troca de experiências, além de servirem de vitrine para a exposição do que há de mais moderno em equipamentos no setor de gestão de resíduos. A capital paulista receberá delegações internacionais, onde oportunidades de negócios serão apresentadas, demonstrando o avanço da indústria de tratamento de resíduos e da consciência em torno da importância de uma gestão adequada, envolvendo diversos segmentos da sociedade.
Entre os dias 17 e 19 de novembro, também acontece o Seminário Internacional de Biocombustíveis, em São Paulo, em que Governo, Legislativo e empresários terão espaço para discutir a sustentabilidade econômica, social e ambiental da produção de etanol e de biodiesel. Acerta o governo brasileiro em tomar esta iniciativa, dando-lhe o devido peso, no momento em que surge a necessidade imediata de socorrer o setor sucroalcooleiro, em que poderemos definir estratégias de médio e longo prazos.
A capital catarinense sedia a Eco Power Conference – Fórum Internacional de Energia Renovável e Sustentabilidade, entre os dias 19 e 21 de novembro, com a proposta de reunir empresários, políticos e profissionais de diferentes áreas para debaterem novas formas de energias renováveis, sua inserção no sistema energético e a interação com o meio ambiente e a sustentabilidade.
Enquanto, Foz do Iguaçu (PR) recebe o Fórum de Águas das Américas, entre os dias 24 e 25 de novembro. Trata-se de uma iniciativa do Conselho Mundial da Água, que acontece a cada três anos em diferentes partes do mundo, dedicada a analisar políticas mundiais sobre a água e com o objetivo de responder à crescente preocupação global com a enorme pressão exercida pelas populações humanas sobre os recursos hídricos. Entre as prioridades apontadas pelos participantes, além de alocar mais recursos financeiros para viabilizar o acesso à água e ao saneamento básico, está à necessidade de cada país elaborar seu plano nacional de recursos hídricos, a exemplo do que vem fazendo o Brasil.
A realização deste conjunto de acontecimentos evidencia o papel de destaque que o Brasil adquiriu e que pode desempenhar no planeta. Estarei participando de cada um deles, recolhendo subsídios, conhecendo experiências internacionais e apresentando as questões legislativas afeitas a consolidação do princípio da sustentabilidade que estão sendo debatidas no Congresso Nacional. Não resta dúvida que precisamos adequar os atuais padrões de consumo e de produção sob a premissa de que os recursos naturais são escassos e esgotáveis. Pesa sobre os nossos ombros a responsabilidade de estabelecermos um novo padrão de desenvolvimento, que não seja imediatista, mas que esteja calcado na sustentabilidade ambiental, econômica e social.
Arnaldo Jardim
Fonte: BrasilAgro
Empresa inicia produção de diesel renovável
A usina piloto, que foi concluída em setembro, é um passo importante para a Amyris atingir a meta de desenvolver e comercializar o combustível sustentável à base de hidrocarbonetos, que a empresa espera lançar em 2010.
A usina serve como porta de comunicação técnica para a comercialização no Brasil e em outros locais de produção. Ela tem por objetivo demonstrar a tecnologia da Amyris em equipamentos em processos de pequena escala que representam operações completas em escala comercial, gerar dados de engenharia essenciais para projetar usinas de grande escala da Amyris e produzir amostras de produtos para testes de desempenho.
"Este novo diesel tem todas as características para dar uma contribuição importante à tentativa de solucionar a crise global climática, energética e do transporte", disse o diretor executivo da Amyris, John Melo.
Paralelamente a essa iniciativa, a Amyris abrirá uma usina piloto maior em Campinas, São Paulo, no primeiro trimestre de 2009, onde finalizará processos para as operações brasileiras, transferirá a tecnologia às instalações de fabricação no Brasil e proporcionará suporte contínuo para otimizar a produção no País.
No início do ano, a Amyris estabeleceu uma joint-venture brasileira para trabalhar com usinas de cana-de-açúcar e produtores de combustível brasileiros e aumentar a produção do diesel. A Santelisa Vale, segunda maior produtora de açúcar e etanol no Brasil, confirmou a capacidade de moagem de 2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para a produção inicial do diesel da Amyris.
Fonte:
quarta-feira, novembro 12, 2008
Jatos da Boeing voarão com biocombustível
O Programa de Sustentabilidade de Biocombustíveis da Boeing, segundo seu porta-voz Darrin Morgan informou à revista Wired, estão em fase bem adiantadas os processos de produção de biocombustível a partir de algas, no caso a querosene sintética. A expectativa é a de que o barril de biocombustível (a ser usado como aditivo ao combustível tradicional) custe entre US$ 100 a US$ 150. Apesar do preço ser quase o triplo do valor atual do barril do petróleo, o biocombustível é competitivo porque atende à política da companhia aérea de buscar, no curto período, a utilização de combustíveis renováveis.
Fonte:
Os biocombustíveis na matriz energética
Entretanto, não se pode entender — como às vezes parecem supor os debates e o conteúdo nacional e internacional das informações sobre o tema — que o etanol e o biodiesel sejam o fiel da balança no gargalo energético da humanidade.
A bem da verdade, os combustíveis frutos do agronegócio representam um grande avanço na oferta de energia mais limpa, criação de empregos, multiplicação da renda, ingresso de divisas no Brasil e até geração de eletricidade, por meio da queima do bagaço da cana-de-açúcar. No entanto, da mesma forma que não são os “vilões” da queda da produção de alimentos, como tentaram equivocadamente sugerir alguns países e organismos multilaterais, também não significam de maneira isolada uma solução global para todo o problema. É importante analisar essa questão de modo mais lúcido, para não se perder o conceito do todo e se ignorar a complexidade e amplitude do desafio do País na área energética.
Esse olhar mais amplo implica lembrar, por exemplo, que o Brasil tem a maior reserva hídrica do Planeta e o maior potencial de geração de energia hidrelétrica. Esta continuará com expressiva e predominante participação na matriz elétrica nacional. Apenas deverá recuar dos 85% atuais para 75%, em 2015. Somente 30% do potencial hidrelétrico brasileiro economicamente viável estão em operação ou construção. Os dados, constantes do estudo "Licenciamento Ambiental de Empreendimentos Hidrelétricos no Brasil: Uma Contribuição para o Debate”, recentemente divulgado pelo Banco Mundial (Bird), demonstra que não devemos subestimar a fonte hidrelétrica.
Ao contrário, é preciso continuar incentivando os investimentos para que possamos utilizar, integralmente, a capacidade disponível. A soma da energia hidrelétrica com o etanol e o biodiesel transforma o Brasil, de fato, na potência energética do Século XXI. Nesse sentido, é necessário resolver dois entraves básicos que estão emperrando os investimentos em usinas. O primeiro deles está identificado no próprio foco do estudo do Bird, que mostra a necessidade de modernizar, agilizar e tornar mais eficazes e menos dispendiosos os processos de licenciamento ambiental. Muitas vezes, estes acabam representando até 20% dos investimentos num projeto.
O segundo obstáculo está evidenciado em outro estudo do banco, denominado “Como Revitalizar os Investimentos em Infra-estrutura no Brasil: Políticas Públicas para a Melhor Participação do Setor Privado”. Este trabalho mostra que aproximadamente US$ 164 bilhões foram investidos em projetos de infra-estrutura que envolveram a participação privada no País, durante o período 1994-2004. Entretanto, observa o relatório, “apesar do alto nível de investimento, a opinião pública está frustrada com a oferta de serviços nessa área e os formuladores de políticas mostram-se decepcionados com o financiamento privado desses projetos”.
É inegável que os brasileiros estão preocupados com a deficiência da infra-estrutura, em especial no campo da energia, pois a precariedade persistente poderá comprometer até mesmo o crescimento da economia. Ainda são muito presentes as tristes lembranças e algumas seqüelas do “apagão” de 2001. Assim, é muito pertinente atentar para as três recomendações feitas pelo Bird no sentido de viabilizar e agilizar os investimentos privados em infra-estrutura: eliminar os gargalos reguladores e as incertezas políticas ainda existentes em determinados setores; planejar concessões de infra-estrutura de modo a evitar o excesso de renegociações, garantindo ao mesmo tempo uma taxa de retorno adequada para os investidores e protegendo o bem-estar dos consumidores; e melhorar o funcionamento das agências reguladoras, para que os processos de decisão sejam coerentes e tecnicamente seguros.
Como prevêem as Parcerias Público-Privadas (PPPs), que talvez careçam das condições apontadas pelo estudo para decolar, a demanda de infra-estrutura no Brasil continua sendo imensa oportunidade de investimentos. Desse modo, simultaneamente ao desenvolvimento do etanol e do biodiesel, que estão atraindo cada vez mais o capital interno e estrangeiro, precisamos fomentar a participação privada na geração de energia hidrelétrica, removendo os obstáculos relativos à modernização e adequação da infra-estrutura.
João Guilherme Sabino Ometto
Fonte: Agroind
França pretende destravar vendas de Biocombustiveis do brasil na UE
Agora, vocês vêm com a bioenergia. É muita energia. Mas a questão não pode ser debatida somente pela França, mas será evocada no âmbito da União Européia", disse Lagarde.
Na sexta-feira, o Brasil e mais sete países --Argentina, Colômbia, Indonésia, Malásia, Malauí, Moçambique e Serra Leoa-- enviaram um comunicado à União Européia questionando as restrições e ameaçando até mesmo entrar com uma queixa na OMC (Organização Mundial do Comércio).
A ministra francesa participa nesta segunda-feira da abertura do Encontros dos Negócios França-Brasil, com o objetivo de impulsionar o comércio entre os dois países. Segundo ela, a França quer dobrar o número de pequenas e médias empresas francesas que trabalham no Brasil, até chegar a 600 companhias. Este é também o primeiro evento de uma série de promoções dentro Ano da França no Brasil, a ser realizado em 2009. No ano passado, também ocorreu o Ano do Brasil na França.
Lagarde, que também participou da reunião do G20 no final de semana, disse não ter se decepcionado com a ausência de propostas concretas ao final do encontro para solucionar a crise financeira global. "Eu não estou decepcionada, porque nosso objetivo era fazer um trabalho de preparação para a reunião dos nossos chefes em Washington, na próxima semana. Nosso desejo era preparar e eliminar dificuldades e divergências para nossos chefes fazerem propostas sobre questões de valor e ações concretas", disse.
Na reunião, o G20 sugeriu que ocorra uma série de mudanças na estrutura dos órgãos financeiros internacionais, como o FMI (Fundo Monetário Mundial), um maior controle sobre a movimentação de investidores e mais medidas de estímulo ao crescimento econômico. Porém, em nenhum dos casos foram tomadas medidas concretas, o que se espera da reunião em Washington.
Fonte:
Agência Internacional de Energias Renováveis será lançada em Janeiro
A preocupação com a redução das emissões de gases com efeitos de estufa e a criação de fontes de energia domésticas tem levado a um grande desenvolvimento das energias renováveis a nível global. Apesar da existência de várias organizações internacionais que visam facilitar a transição para a energia limpa, os líderes da IRENA consideram que nenhuma delas se dedica às necessidades locais, nacionais e internacionais tanto dos países desenvolvidos como das nações em vias de desenvolvimento.
Em Outubro, os representantes dos 51 países participantes na IRENA reuniram-se em Madrid, onde definiram que os primeiros projectos da agência deveriam ser apresentados em Janeiro de 2009, no lançamento oficial daquela organização. Actualmente, estão envolvidos na IRENA quase todos os países europeus, para além da Austrália, Argentina, Brasil, Índia, Indonésia e os Emirados Árabes Unidos.
Fonte: Portal ambiente online
Brasil pode se consolidar como líder no setor de Biocombustíveis
"O cenário econômico mundial oferece uma oportunidade ímpar para o país se consolidar como um líder global na política de combustíveis", disse Souza ao participar hoje de um evento do Tribunal de Contas da União sobre a matriz energética brasileira.
O diretor da entidade lembrou que há perspectivas de exportações do etanol brasileiro, tanto para os Estados Unidos como para a União Européia. Segundo ele, a revisão das barreiras tarifárias impostas pelos norte-americanos já começou a ser discutida e a União Européia já pensa em estabelecer proporções de biocombustíveis a serem misturados no combustível vendido aos consumidores.
Souza destacou a necessidade de um planejamento estratégico da matriz brasileira de combustíveis, com uma clara diretriz sobre a participação do etanol. "Este é um momento extremamente importante para evitarmos políticas que não sinalizam claramente como o governo enxerga sua matriz nos próximos anos", afirmou.
Para ele, a política de combustíveis do país deve atender às expectativas dos diversos agentes diretamente envolvidos, como produtores, montadoras de veículos e consumidores. "Esse é o grande desafio que deve ser enfrentado o mais cedo possível para assegurarmos uma matriz energética mais diversificada, com menor dependência do petróleo e crescente participação de renováveis", avaliou.
Para o superintendente de planejamento e pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Florisval Rodrigues de Carvalho, que também participou do encontro, o principal desafio do setor energético é definir as fontes de financiamento da exploração do petróleo da camada pré-sal, diante do cenário econômico atual. Ele também lembrou que há limitações técnicas para a perfuração dos poços já encontrados, além de dúvidas quanto à existência de hidrocarbonetos em condições de alta pressão e temperatura.
Fonte:
Da:
terça-feira, novembro 04, 2008
Conferência sobre biocombustíveis reunirá 40 países em São Paulo
A reunião foi uma iniciativa do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, para "se desmistificar" a crença que o etanol era "o carrasco do mundo", assinalou hoje o secretário de Energia e Alta Tecnologia da Chancelaria brasileira, André Amado.
"Houve muitas distorções respeito do etanol feito com cana-de-açúcar. A verdade é que não sei quem pintou de carrasco o etanol brasileiro, se a indústria petrolífera ou a indústria alimentícia. O etanol não tem aspectos negativos", afirmou Amado em entrevista coletiva a correspondentes estrangeiros em São Paulo.
Os participantes discutirão assuntos como biocombustíveis e segurança energética, o papel deste combustível como elemento sustentável e inovador e sua relação com a mudança climática, entre outros.
Amado, que será o secretário-geral da Conferência, indicou que 40 países confirmaram o envio de delegações à reunião em São Paulo, mas se absteve de assinalar a categoria que presidirão.
Sobre a possível participação na reunião do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush; de sua colega filipina, Gloria Macapagal Arroyo, e do primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, Amado assinalou que ainda é "incerta".
Nas últimas semanas a imprensa brasileira ventilou a possibilidade de que Bush participe da reunião sobre biocombustíveis antes de juntar-se à cúpula da Apec que será realizada no próximo mês na caítal peruana Lima, mas nenhuma instância oficial confirmou essa possibilidade.
Amado ressaltou que "os biocombustíveis são a fonte alternativa de energia ´mais limpa´ do mundo" e que por essa razão "devemos discutir o etanol como uma nova alavanca para o desenvolvimento".
Acrescentou que o etanol "é a matriz energética mais barata que existe" e por isso seria uma alternativa para muitos países pobres.
"O Brasil não faz a conferência para exportar etanol, mas para exportar a idéia e nosso compromisso é compartilhar o que sabemos sobre biocombustíveis", ressaltou.
Fonte:
Da:
Cientistas americanos identificaram na Patagônia um fungo capaz de produzir hidrocarbonetos da Biomassa
No Brasil há relatos de ocorrencia do fungo Gliocladium roseum em solos de São paulo.
O Gliocladium roseum gera várias moléculas diferentes que produzem hidrogênio e carbono, e que são também encontradas no óleo diesel. Os cientistas trabalham agora em criar o que chamam de "mycodiesel", um combustível limpo a partir da nova descoberta.
"Este é o único organismo que demonstrou ser capaz de produzir esta combinação importante de substâncias combustíveis", disse o professor Gary Strobel, que conduziu a pesquisa.
"O fungo pode inclusive produzir estes combustíveis de diesel a partir da celulose, que poderia ser uma melhor fonte de biocombustível que qualquer uma das que se usa atualmente", opina o cientista.
Hidrocarbonetos
Muitos tipos de micróbios podem produzir hidrocarbonetos, que são compostos formados de hidrogênio e carbono. Os fungos que crescem na madeira parecem produzir uma série de compostos potencialmente explosivos.
"Quando examinamos a composição do Gliocladium roseum, ficamos totalmente surpreendidos de ver que ele estava produzindo uma variedade de hidrocarbonetos e derivados de hidrocarbonetos", disse Strobel. "Os resultados foram totalmente inesperados".
Posteriormente, quando os investigadores cultivaram o fungo em laboratório, ele foi capaz de produzir um combustível que, segundo eles, é muito similar ao óleo diesel usada em automóveis e caminhões.
Outra vantagem potencial do combustível, segundo Strobel, é que ele pode ser produzido diretamente da celulose, o principal composto das plantas e do papel.
Quando se utiliza plantas para produzir biocombustíveis, elas precisam primeiro ser processadas para depois serem convertidas em compostos úteis, como a celulose.
Mas no caso do Gliocladium roseum, ele pode produzir o "mycodiesel" diretamente da celulose."Isso significa que o fungo pode produzir combustível saltando-se um grande passo no processo de produção", diz Strobel.
BBC Brasil
sexta-feira, outubro 31, 2008
Os "Bios" da Biomassa
Biomassa vira biogasolina, biodiesel, bioquerosene e outros bios: A biogasolina separa-se espontaneamente da água, o que requer pouca energia para processamento em comparação com os processos de destilação usados na produção do etanol.
Seguindo rotas independentes de investigação, dois grupos de pesquisas anunciaram ter conseguido converter açúcares - potencialmente derivado da biomassa de plantas não-comestíveis - em gasolina, diesel, combustível de aviação e vários outros compostos químicos.
Segundo as duas descobertas, açúcares e carboidratos podem ser processados para gerar um grande conjunto de produtos para abastecer a indústria de combustíveis, a indústria farmacêutica e a indústria química. Hoje, esses produtos são gerados a partir do processamento do petróleo.
ALTA DENSIDADE DE ENERGIA DA GASOLINA
"Mesmo quando as energias solar e eólica, além da nuclear e do carvão limpo, tornarem-se altamente desenvolvidas, e os carros forem elétricos ou híbridos, nós continuaremos precisando da alta densidade de energia da gasolina, do diesel e do querosene de aviação para aviões, trens, caminhões e barcos. Os processos que essas equipes desenvolveram são exemplos maravilhosos de rotas que irão permitir a produção sustentável desses combustíveis," comemorou John Regalbuto, da Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos - US National Science Foundation (NSF), que apoiou as duas pesquisas.
O novo processo foi patenteado por Randy Cortright e seus colegas no dia 9 de Setembro. Já a equipe de James Dumesic descreveu a mesma rota no dia 18 Setembro, uma pesquisa que ainda será publicada na revista Science.
REFORMA DE FASE AQUOSA
A chave da descoberta é um processo que tanto Dumesic quanto Cortright chamam de reforma de fase aquosa. Passando uma pasta aquosa de açúcares e carboidratos vegetais por uma série de materiais catalisadores - que aceleram as reações sem se desgastar no processo - as moléculas ricas em carbono da biomassa separam-se em componentes que se recombinam para formar os mesmos compostos químicos que são obtidos do processamento do petróleo.
Entre o açúcar ou o amido que entram no processo e os compostos de hidrocarbonos gerados ao seu final, os compostos químicos passam por um estágio intermediário na forma de um líquido orgânico formado por compostos funcionais.
"Os compostos intermediários retêm 95% da energia da biomassa, mas apenas 40% da sua massa, e podem ser transformados em diferentes tipos de combustíveis para o setor de transportes, como gasolina, querosene de aviação ou diesel," explica James Dumesic. "Mais importante, a formação desse óleo intermediário funcional não exige uma fonte externa de hidrogênio," acrescenta ele, afirmando que o próprio processo gera o hidrogênio necessário.
Apesar da importância dos resultados anunciados, o processo ainda não está aprimorado o suficiente para a criação de uma refinaria de combustíveis renováveis. Os pesquisadores agora vão adequar o processo aos níveis industriais de produção.
Fonte:
Do:
quinta-feira, outubro 30, 2008
Brasil é o segundo maior credor ambiental
É o caso das exportações. Quando a União Européia compra carne da Amazônia, indiretamente ela também importa a água e todos os demais recursos naturais que viabilizaram o crescimento do gado na região - inclusive a floresta que foi cortada e substituída por pasto.
Acontece que o valor desse serviço ambiental não é computado no preço final do produto. "Esses custos deveriam ser embutidos", afirma Irineu Tamaio, coordenador do programa de Educação para Sociedades Sustentáveis do WWF-Brasil. Para ele, o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) deveria levar em consideração os recursos naturais necessário para a geração da riqueza.
Tamaio alerta que a atual confortável posição de credor ambiental não é garantida para sempre. Sem um sistema produtivo sustentável, que permita a renovação dos recursos naturais, o País pode se tornar um devedor na área. ?Não podemos é entrar em um déficit ecológico. Se não revermos os modelos econômicos, podemos entrar em colapso?, diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte:
Estudo defende largar combustível fóssil
"A energia renovável poderá prover todas as necessidades de energia até 2090", de acordo com o estudo, intitulado "(R)evolução Energética". O CEER representa os setores de energia renovável e associações de comércio e de pesquisa na Europa. Um cenário mais radical poderia eliminar o uso do carvão até 2050, se novas usinas de geração de energia mudassem rapidamente para formas de energia renováveis. Energia solar, biomassa, como os biocombustíveis ou madeira, energia geotérmica e eólica poderiam se tornar as principais formas de energia até 2090.
Os investimentos necessários em energia até 2030, principal período estudado, somariam US$ 14,7 trilhões, de acordo com o estudo. Em contraste, a Agencia Internacional de Energia prevê investimentos em energia de apenas US$ 11,3 trilhões até 2030, com uma pressão maior sobre combustíveis fósseis e energia nuclear. Rajendra Pachauri, chefe do Painel do Clima da ONU, que dividiu o Prêmio Nobel da Paz com o ex-vice-presidente dos EUA Al Gore, chamou o estudo de "abrangente e rigoroso".
"Mesmo aqueles que podem não concordar com a análise apresentada poderiam, talvez, se beneficiar de um estudo profundo das premissas básicas", disse.
Fonte:
Da Agência
terça-feira, outubro 28, 2008
Boeing Co. prevê uso de biocombustível em avião comercial em 3 anos
No entanto, colher matéria-prima suficiente para atender as necessidades da indústria é a maior barreira ao uso de biocombustíveis em grande escala, segundo a Boeing. Abastecer os 13 mil aviões comerciais do mundo com biocombustível produzido a partir de soja, por exemplo, exigiria que o equivalente a toda a parte continental da Europa fosse destinado à produção da oleaginosa. As informações são da Dow Jones. (Deise Vieira)
Fonte:
Investimentos em energia renovável pode gerar indústria com faturamento de US$ 360 bilhões por ano
"O mercado mundial de energias renováveis pode aumentar de tal forma que antes de 2050 já teria o tamanho da indústria fóssil de hoje", afirmou Oliver Schaefer, um diretor do Conselho Europeu das Energias Renováveis (EREC), co-autor do projeto junto com o Greenpeace Internacional.
De acordo com Schaefer, o mercado de energias renováveis tem, atualmente, um valor de US$ 70 bilhões e está duplicando de tamanho a cada três anos. Ele garantiu que não há barreiras técnicas para desenvolver este tipo de energia, mas sim barreiras de natureza política.
O especialista em energia do Greenpeace e co-autor do relatório, Sven Teske, explicou que um investimento mundial de US$ 9 trilhões em energias renováveis daria origem a um sistema altamente lucrativo e faria despencar as emissões de gases causadores do efeito estufa.
"Essa crise financeira vai passar, mas a crise climática não vai", destacou, na entrevista coletiva na qual apresentou o estudo "(R)Evolução Energética: uma Perspectiva da Energia num Mundo Sustentável".
FA
Fonte:
sexta-feira, outubro 24, 2008
Amyris quer distribuir diesel de cana no Brasil
A empresa prevê a produção inicial de diesel, em 2011, de 400 milhões de litros, volume que será expandido, em 2012, para 1 bilhão de litros. A tecnologia desenvolvida pela Amyris permite a produção de diesel a partir da fermentação da sacarose presente na cana, utilizando praticamente a mesma infra-estrutura usada na produção do etanol.
A produção do diesel de cana poderá ser feita no mesmo tanque da usina onde hoje é realizada a fermentação da chamada "garapa" para a produção de etanol. A diferença é que, em vez de se colocar a levedura Saccharomyces, um outro fermento semelhante, mas modificado geneticamente, será utilizado, resultando num combustível com as mesmas características daquele com origem fóssil.
Uma vantagem da produção do diesel de cana em relação à do etanol, entretanto, é que o primeiro combustível não precisa ser destilado, diferente do álcool, o que permitirá economia de energia no processo. De acordo com informações da Reuters, as empresas envolvidas também já realizam testes, no Brasil e no exterior, para a utilização do diesel nos veículos, e deverão pedir a aprovação do combustível na Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em 2009.
Fonte:
quarta-feira, outubro 22, 2008
BBE receberá $128 milhões do BNDES para biodiesel
Segundo comunicado, os recursos serão utilizados na implantação de uma unidade integrada para extração de óleo vegetal e produção de biodiesel em Nova Andradina, no Mato Grosso do Sul. O projeto está avaliado em R$ 160 milhões e o investimento do BNDES corresponde a 80% do total.
O banco informou ainda que os recursos para este empréstimo vêm de uma linha de financiamento para projetos de infra-estrutura na área de energia renovável. O empreendimento deve criar cerca de 140 novos empregos diretos e 3 mil postos de trabalho indiretos. A aérea privilegiada para estes postos de trabalho é a agricultura familiar, pois pelo menos 10% da matéria-prima será adquirida desse setor para atender aos critérios para enquadramento no Selo Combustível Social, concedido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
O óleo vegetal utilizado na produção do biodiesel será extraído da soja e a empresa estuda a possibilidade de substituir esse grão gradativamente pelo pinhão manso, que apresenta maior concentração de óleo e menor custo de esmagamento.
Fonte:
As informações partem da Agência Leia
A ADM vai duplicar a capacidade de produção da usina em Rondonópolis
Atualmente, a ADM esmaga em Rondonópolis (210 quilômetro ao sul de Cuiabá) 6,5 mil toneladas (t) de soja por dia, volume que pode chegar a 8,5 mil t/dia no próximo ano com a ampliação do parque fabril. Segundo Rasia, com a soja beneficiada hoje na unidade são produzidas 1,250 mil t de óleo, que geram diariamente como produto final 500 mil litros de biodiesel. Outras 750 t de óleo sobram para serem refinadas e vendidas como óleo comestível ou sob a forma de óleo bruto, sem refinar.
Rasia explica que caso a multinacional quisesse direcionar todo o óleo para a produção de biocombustível, teria capacidade de fazer isso sem precisar ampliar o volume de esmagamento de soja. Isso não acontece porque a empresa ainda mantém a produção de óleo de soja refinado e bruto na fábrica.
De acordo com o secretário, a ADM ainda não concluiu o projeto de ampliação, por isso ainda não se sabe quanto será investido para viabilizar a duplicação da produção nem quantos novos empregos serão gerados. Atualmente, só na usina que biocombustível, que funciona anexo à fábrica de esmagamento de soja, são empregados diretamente cerca de 100 funcionários. Em todas as unidades de produção, a multinacional gera cerca de 500 empregos diretos e outros 400 indiretos na cidade.
A usina entrou em atividade, em fase de teste, no fim do ano passado. Segundo Rasia, a produção em escala começou somente em fevereiro deste ano. A multinacional investiu US$ 35 milhões para colocar a usina em funcionamento e se antecipar ao aumento na demanda de biocombustível no país, que será gerada em função da obrigatoriedade de adição de biodiesel ao óleo diesel. Hoje, a mistura é de 2%. A partir de 2010, o óleo diesel deverá ser acrescido de 5% de combustível vegetal.
A ADM foi procurada, por meio da assessoria de imprensa, mas até o fechamento desta edição nenhuma informação sobre o projeto foi passada.
Fonte:
Fotografia: Evilázio Alves/Dr
Brasil Ecodiesel eleva prejuízo no 2º trimestre
Veja a Matéria aqui
Quixadá só entrará em operação em setembro
Desta produção, 30% será destinado ao consumo do Ceará e o restante passará para outros estados do Nordeste. Segundo o presidente da Petrobras Biocombustível, Alan Kardec, foram investidos aproximadamente R$ 100 milhões na construção da usina, empregando, no pico da obra, 1.048 empregos diretos, sendo 814 deles ocupados por cearenses.
Produção
A usina, inicialmente, operará em fase de teste, passando a pleno vapor após seis meses. Entretanto, não existe, hoje, produção suficiente no Estado para suprir essa necessidade, como foi destacado na edição de ontem do Diário do Nordeste. Atualmente, existem 8.522 agricultores que cultivam mamona e girassol em 161 municípios cearenses cadastrados para fornecer matéria-prima. Além destes, outros 759 do Rio Grande do Norte. Para Kardec, contudo, esses números tendem a crescer. ´Para a obtenção e manutenção do Selo Combustível Social, nós temos que buscar 50% de matéria-prima oriunda ma agricultura familiar, de maneira sustentável´.
´O empreendimento contribui para a redução do aquecimento global, gera emprego e renda no Ceará e é uma nova oportunidade comercial para a Petrobras´, afirma Kardec. Segundo ele, a Petrobras é parceira de ambos os estados na garantia de incentivos no fornecimento de sementes, matérias-primas e assistência técnica. ´O agricultor sabe que ao plantar, ele terá a garantia da compra de seu produto, tem a garantia de mercado´, afirma.
A usina de Quixadá terá capacidade para processar todas as variedades possíveis de produção do biodiesel, incluindo até o óleo de cozinha, que poderá ser reaproveitado. A planta cearense irá focar sua produção na utilização de mamona, girassol e soja. A Petrobras pretende, entretanto, utilizar uma mistura de até 30% de óleo de mamona como matéria-prima, atendendo determinações da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Essa mistura de mamona, segundo a Petrobras informou em nota anteriormente, ´melhora a qualidade do biodiesel produzido, enquadrando-o na norma européia e viabilizando sua exportação para regiões frias da Europa´.
Kardec informa que está sendo feito um esforço para que a matéria-prima seja retirada do Ceará, mas, se não for possível, será trazida de outros estados. ´Não há risco de desabastecimento da usina´, garante.
Fonte:
Arari terá Biodiesel
O ArariBio visa, entre outras coisas, a incentivar o plantio de espécies oleaginosas através de modelos de agricultura sustentável; instalar unidades coletoras, esmagadoras e beneficiadoras de óleo em pontos estratégicos; capacitar técnicos e produtores para a produção de mamona, pinhão manso, amendoim, gergelim, girassol e outras espécies; incentivar o associativismo e empreendedorismo, de maneira a fortalecer os produtores na produção e comercialização; e criar novos postos de trabalho, melhorando a distribuição de renda daquele lugar.
Estiveram presentes na solenidade de assinatura, o diretor do curso de Agronomia da Uema, professor Hamilton Almeida; o presidente da Fapema, Sofiane Labidi; o prefeito de Arari, Leão Santos Neto; o secretário de Estado de Minas e Energia, Ricardo Ferro; o presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Arari, Almir de Jesus Leite; o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Arari, Crescêncio Correa; e os representantes da Seagro, Cristóvão Ferrão Ferreira; da Secretaria de Meio Ambiente, Manuel Carlos Bordalo; da Curcas Diesel Brasil, Mike Lu; e da Vale, Domingos Ataíde Borges Júnior; ale, de produtores rurais do município.
Fonte: http://www.jornalpequeno.com.br/2008/8/23/Pagina85484.htm
Biocapital começará as obras para instalação da primeira usina de produção de biocombustível de Roraima
O superintendente da empresa, Cláudio Cavalcante, disse que até o momento foram investidos 30 milhões em Roraima, com a implantação de lavouras de cana-de-açúcar e aquisição de terras. “A empresa terá matéria-prima própria, mas também vai comprar de fornecedores, pequenos agricultores e deve arrendar terras para o plantio, com o fornecimento de mudas e o conhecimento técnico necessário para que a cana plantada seja rica em sacarose”, argumentou.
Ele informou que a princípio os trabalhos da empresa devem iniciar pela terraplanagem, instalação de canteiros de obras, refeitório e energia elétrica e instalação sanitária na área de 185 hectares ocupada pela usina, na fazenda Arapari. “Após a expedição da licença prévia de instalação da indústria devem começar a ser selecionados trabalhadores. Serão contratadas 200 pessoas de imediato e quando as obras estiverem a pleno vapor, outras 800, totalizando mil trabalhos diretos”, frisou o superintendente.
Ainda de acordo com Cláudio, toda a mão-de-obra contratada pela empresa será local e passará por qualificação adequada às funções ocupadas. “A meta é, dentro de seis anos, quando o projeto estiver funcionando em sua totalidade, oferecer entre 4 e 5 mil empregos diretos, entre os setores agrícola e industrial”, comentou.
Também no mês de outubro a empresa deve dar início à etapa de multiplicação do viveiro de mudas, para alcançar a meta de moer, em 2010, a 1ª safra de 800 mil toneladas de cana. “A Biocapital fez um amplo estudo de mercado para chegar a Roraima. Foi verificado a viabilidade da região, o solo que foi considerado propício, as estações climáticas bem definidas e o fato da região amazônica consumir 350 milhões de litros de álcool por ano. Todo esse biocombustível vem do Centro-Sul e nossa intenção é abastecer esse mercado”, ponderou Cláudio.
REUNIÃO - Na manhã de ontem, os dirigentes da empresa estiveram na sede da Fundação Estadual de Meio Ambiente para uma reunião onde foram analisados, de forma prévia, os estudos feitos na região, visando possíveis correções. Conforme Alziro de Andrade, diretor de Monitoramento e Controle Ambiental, o relatório está em análise há 4 meses, mas a princípio não foi detectado nada que impeça a implantação da indústria. “A área de instalação é uma região de savana onde o impacto ambiental será mínimo”, informou.
Ainda segundo Alziro, desde o início do ano já foram concedidas três licenças ambientais de autorização para o plantio de cana-de-açúcar. “Esses produtores pretendem comercializar matéria-prima para a Biocapital, que não tem intenção de monopolizar o plantio”, argumentou.
Audiências públicas vão discutir instalação de usina em Bonfim
A Fundação Estadual de Meio Ambiente (Femact) começou a publicar na última terça-feira, 26, os editais para convocação de audiências públicas sobre a instalação da usina de biocombustível. O prazo para que instituições públicas e a sociedade civil organizada provoquem audiências é de até 45 dias. As audiências são pré-requisito exigido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente para a instalação da indústria.
Uma equipe multiprofissional da Femact está analisando o Estudo Técnico de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto do Meio Ambiente da instalação da usina em Bonfim há 4 meses. Os documentos contêm mapas, imagens de satélite, estudos do solo, fauna, flora e lençol freático.
A própria Biocapital deve direcionar a audiência explicando e orientando populares a respeito da indústria do biocombustível, procedência da empresa e benefícios para o Estado.
Fonte: Jornal Folha de Boa Vista - ÉLISSAN PAULA RODRIGUES