SÃO PAULO (Reuters) - Empresas brasileiras e organizações industriais vão formar uma joint venture para financiar pesquisas em álcool celulósico, afirmou na terça-feira um diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
A iniciativa inclui a Copersucar, maior produtora brasileira de açúcar e álcool, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e a subsidiária da Bunge no país.
A Votorantim, maior conglomerado industrial brasileiro, o Itausa e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) também participarão do projeto, que deve ser assinado nas próximas semanas, de acordo com o diretor Benedito Ferreira.
"Elas vão criar uma empresa de propósito específico para fazer pesquisas sobre etanol celulósico", disse Ferreira em um seminário promovido pela Fiesp.
"Estamos levantando dinheiro, e a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) fará a pesquisa técnica. Também vai procurar parceiros, incluindo no exterior", completou.
O Brasil e outros países como Estados Unidos e Canadá estão correndo para desenvolver biocombustível a partir da biomassa, como lascas de madeira, um processo com obstáculos tecnológicos que estão aos poucos sendo superados.
A cana-de-açúcar é considerada uma matéria-prima competitiva para o álcool celulósico já que tem bastante biomassa, que hoje é queimada para produzir energia térmica e elétrica. Mas as folhas da cana e outras partes podem ser usadas para produzir etanol.
Produtores brasileiros afirmam que o custo de transportar matéria-prima como grama e madeira para as usinas é o maior problema para o projeto.
Mas com a cana esse custo já é absorvido pelo processo tradicional das usinas.
"Isso (etanol celulósico) é o futuro. Os americanos estão investindo uma fortuna e querem fazer parcerias conosco porque temos cana", disse Ferreira, sem dar mais detalhes.
Ele explicou que a quantidade de dinheiro a ser investido no projeto será definido depois de finalizado um plano de negócios.
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segunda-feira, outubro 20, 2008
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